Conselho de Ética do Senado acata processo contra Delcídio

Senador Randolfe Rodrigues (Rede) também responde por quebra de decoro parlamentar. Relatores dos processos devem ser escolhidos quinta-feira (17)

por Giselly Santos ter, 15/12/2015 - 12:53

O presidente do Conselho de Ética do Senado, senador João Alberto (PMDB-MA), decidiu acatar a representação por quebra de decoro parlamentar contra os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Os relatores dos processos devem ser escolhidos na próxima quinta-feira (17). Ao contrário do que acontece na Câmara, quando se sorteia uma lista tríplice, no Senado é sorteado apenas um nome para cada análise. 

De acordo com o peemedebista, os relatores não podem ser dos partidos dos parlamentares acusados e nem dos Estados dos representados por eles. "Qualquer outro senador, tirando o presidente (do conselho) e o vice-presidente, poderão ser relatores", afirmou.

O ritmo do processo contra Delcídio do Amaral, segundo João Alberto, deve ser definido ainda esta semana. A princípio, segundo ele, cada denunciado terá 10 dias úteis para apresentar a defesa. João Alberto disse ainda que Delcídio será obrigado a comparecer ao Conselho pessoalmente para se defender das acusações. O petista foi preso no dia 25 de novembro, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. 

Apesar da admissilidade do presidente, o vice-presidente do colegiado, senador Paulo Rocha (PT-PA), disse que é um constrangimento “julgar comportamento de companheiros”. "Não é uma tarefa fácil, é um papel muito espinhoso e antipático”, afirmou. Segundo o parlamentar, a transparência que ele e o presidente do conselho querem dar aos processos permitirá que a imprensa fiscalize as ações. Rocha disse ainda que espera que os senadores não sejam tentados a resolver no conselho “diferenças políticas”. Para João Alberto Souza, a conclusão dos dois processos será demorada.

O Conselho de Ética tem 16 membros titulares e até hoje só investigou dois parlamentares em processos que chegaram até o fim: Luiz Estevão e Demóstenes Torres. Os demais investigados renunciaram ao mandato parlamentar antes que o processo terminasse.

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