Cunha diz que não é 'comentarista de delação'
Segundo declaração de um delator, era o presidente da Câmara quem dava a palavra final no esquema de corrupção
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se negou nesta quarta-feira, 23, a comentar as declarações do ex-gerente-geral da Área Internacional da Petrobras e novo delator da Operação Lava Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, que afirmou à força-tarefa ter ouvido que "quem dava a palavra final" em relação às indicações para a Diretoria Internacional da estatal era o deputado. "Não vou ser comentarista de delação", disse. "Não sei quem é, nunca ouvi falar", afirmou, dizendo que, sobre o assunto, é o advogado dele que se manifesta.
Como o Estado revelou nesta quarta-feira, 23, Musa, afirmou à Força-Tarefa da Lava Jato ter ouvido que "quem dava a palavra final" em relação às indicações para a Diretoria Internacional da Petrobras era o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo o delator, foi o próprio João Augusto Henriques, apontado como lobista do PMDB no esquema e preso nesta segunda-feira, 21, na 19ª fase da Lava Jato, que lhe revelou como eram as indicações políticas na Diretoria. "Que João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB-RJ", relatou.