Voto facultativo é difícil de ser aprovado, diz analista
A inclusão da proposta é, para Túlio Velho Barreto, mais uma tentativa de responder vozes das ruas
A inserção do voto facultativo na proposta da Câmara Federal para a Reforma Política pode gerar ainda muitas discussões no Congresso Nacional. Na análise do cientista político, Túlio Velho Barreto, a matéria “caiu de paraquedas” em meio às propostas da Reforma e pode acarretar a redução dos votantes no Brasil. De acordo com o estudioso é pouco provável que a medida seja aprovada pelo Congresso Nacional.
“Essa discussão é antiga, vira e mexe ela volta à tona no âmbito da Reforma Política. A princípio sou favorável ao voto facultativo, mas acho que é uma mudança, mesmo sendo uma demanda das ruas e a tentativa de incluí-la nessa luta pelas respostas, difícil de ser aprovada no Congresso, pois entre ser incluído e ser aprovado pelo Congresso vai uma distância grande”, pontuou.
Velho Barreto afirmou também que, se a matéria for aprovada, cresce mais ainda o desafio dos candidatos. “Muda a dinâmica eleitoral, pois com o voto obrigatório você não precisa convencer o eleitor a votar, mas só a votar em você. E no facultativo os políticos terão que convencer duas vezes”, analisou.
O voto facultativo dificulta o controle do eleitorado, além de reduzir o índice de votantes. Principalmente para aqueles que vão às urnas para votar em branco ou nulo. “O voto no Brasil é obrigatório, mas a penalidade para quem deixa de votar é pequena. O percentual de quem não vota em uma eleição vem crescendo historicamente. A tendência é que as pessoas participem menos do processo eleitoral, muitos votam porque é obrigatório mesmo e não por contribuir com a melhoria do Brasil”, refletiu o estudioso.