PE permite uso da vacina da Pfizer como reforço da Janssen

De acordo com o Governo do Estado, foram recebidas 19.450 doses da Janssen na última quarta-feira (8), mas quantidade atende parcela pequena da população

por Vitória Silva qui, 09/12/2021 - 18:57
Júlio Gomes/LeiaJá Imagens Frasco da vacina Pfizer/BioNTech Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Pernambucanos que se vacinaram contra a Covid-19 com a vacina da Janssen poderão tomar o imunizante da Pfizer/BioNTech como segunda dose – ou dose de reforço, pois a Janssen é oferecida em dose única. De acordo com o Governo do Estado, foram recebidas 19.450 doses da Janssen na última quarta-feira (8) e a distribuição foi iniciada nesta quinta-feira (9). A justificativa é de que os lotes recebidos com a vacina atendem a uma parcela pequena da população, esta, de 11,2% (173.073); logo, o reforço do calendário vacinal seguirá com a alternativa do laboratório alemão. 

A autorização é baseada em recomendação do Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação, que alega não haver previsão do Ministério da Saúde (MS) para envio de mais insumo da Janssen a Pernambuco. Pessoas que foram vacinadas com dose única da Janssen e já tomaram um reforço da Pfizer não precisarão de mais uma dose da Janssen, tendo seu esquema vacinal considerado completo. 

"Precisamos acelerar o reforço daqueles que tomaram uma dose da Janssen. Com a indisponibilidade do insumo para todos, será possível fazer o reforço com a Pfizer. Alguns pernambucanos já completaram 5 meses da primeira aplicação, sendo indispensável, de acordo com os estudos, aumentar os níveis de anticorpos no organismo, ampliando a proteção contra a Covid-19", afirma a superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo. Frisa-se que o esquema heterólogo também garante a imunização do indivíduo, conforme comprovação de estudos científicos.  

Imunização 

Durante a coletiva da Saúde nesta quinta-feira (9), o secretário estadual, André Longo, ainda comemorou a marca de 14 milhões de doses de vacinas aplicadas em Pernambuco.

"Sem dúvida, é um número muito expressivo. Mas ainda é pouco frente ao risco que corremos de um novo pico da doença. Até fevereiro e março, historicamente nosso período de maior incidência de doenças respiratórias, precisamos alcançar patamares acima de 90% na vacinação completa, bem como percentuais elevados de aplicação da dose de reforço", ratificou. 

Além da segunda dose, o gestor destacou a importância do reforço. "As evidências apontam que ao longo do tempo, o organismo vai perdendo a memória imunológica, o que diminui a proteção da vacina ao passar dos meses. Mas nós precisamos chegar no começo de 2022 com a população pernambucana com níveis altos de anticorpos no organismo", concluiu.  

Comprovação vacinal 

Longo ainda lembrou que o aeroporto de Fernando de Noronha, cuja fiscalização sanitária fica a cargo da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), vem exigindo a comprovação vacinal para entrada na ilha. O gestor aproveitou para apoiar as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o Governo Federal mude as exigências para a entrada no país, com a cobrança do comprovante de vacinação para turistas e viajantes.  

"Em meio ao surgimento de uma nova variante e muitas incertezas, esta é uma medida fundamental para proteger e garantir maior proteção para a nossa população. e, como sempre ressalto: as vacinas são as nossas principais aliadas na proteção da vida".   

Análise epidemiológica 

Durante a coletiva de imprensa, que contou com jornalistas presencialmente e também foi transmitida pelo YouTube, o secretário estadual de Saúde, André Longo, informou que Pernambuco mantém um cenário de estabilidade nos indicadores da Covid-19. Em relação às ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) na semana epidemiológica 48, foi registrado o menor número de notificações das últimas quatro semanas. Ao todo, foram 371 casos, uma queda de 8% em uma semana e de 4% em 15 dias.   

Já a Central de Regulação recebeu 227 pedidos por vagas de UTI, uma leve oscilação de 3% para mais com a semana anterior e uma redução de 10% em 15 dias.  

Crianças 

A espera pela autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para vacinação de crianças de 5 a 11 anos com o imunizante da Pfizer também foi abordada durante a coletiva de imprensa da Saúde. A fabricante aguarda retorno sobre a análise do órgão federal para uso da vacina nesse público.

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