Hospitais privados já têm que aumentar capacidade de UTI’s
Segundo o secretário estadual de saúde, André Longo, muitos hospitais têm aumentado o número de leitos e comprado respiradores para dar conta dos casos de Covid-19
Parte dos hospitais privados de Pernambuco já começam a aumentar o seu número de leitos e a converter enfermagens em UTI’s com respiradores para dar conta da alta demanda de pacientes com plano de saúde que contraíram Covid-19. A afirmação foi feira na tarde desta quinta-feira (30) pelo secretário estadual de saúde de Pernambuco, André Longo, durante entrevista coletiva.
Ao lado do secretário de saúde do Recife, Jaílson Correia, André explicou que inicialmente o governo imaginava que haveria mais leitos ociosos no sistema privado, que chegaria antes ao platô da doença. No entanto, a falta de isolamento social vem fazendo com que o número de casos seja tão grande que os hospitais privados também fiquem cheios.
“Estamos com o sistema privado lotado demais, algumas unidades estão em 100% e ampliando sua capacidade. Para que vocês tenham ideia, para que aquelas pessoas que acham que terão sempre um atendimento à sua disposição, não é verdade, mesmo aquelas pessoas que têm plano de saúde podem ter que esperar mais tempo do que deveria”, disse o secretário.
De acordo com André Longo, era esperado que com as medidas de isolamento, a parcela da população que tem mais recursos financeiros e pode pagar por planos de saúde ficasse isolada e se contaminasse menos, gerando um contingente de leitos ociosos no sistema privado e essa ociosidade, diz o secretário, seria utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de parcerias. Não é, no entanto, o que tem acontecido.
“A gente tem notícia de hospitais privados tendo que ampliar a sua capacidade de leitos, conseguindo respiradores para transformar enfermaria em leito de terapia intensiva. A gente dizia ‘é esperado um descenso na curva da rede privada e que ela pudesse ficar ociosa’ mas ainda há aceleração na curva mesmo na rede privada. Ela ainda não atingiu o platô, com o relaxamento do distanciamento social as pessoas que tem plano de saúde também estão adoecendo. Nós queremos sim usar toda a ociosidade possível desses leitos privado, mas nesse momento há uma demanda muito forte dos usuários de plano de saúde” afirmou o secretário.
O secretário André Longo também afirmou que até o momento não se pode falar em colapso do sistema de saúde do estado, mas que a capacidade de resposta à doença é limitada e se as pessoas não forem rígidas no cumprimento das medidas de isolamento, a situação sairá do controle. “O nosso objetivo é não deixar ninguém desassistido. Se todo mundo adoecer ao mesmo tempo, nenhum sistema de saúde no mundo dará conta de atender todo mundo ao mesmo tempo e garantirá leitos de terapia intensiva ou enfermaria para todos”.
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