Reestruturação na saúde em SP causa prejuízos à população
Foram demitidos 71 médicos devido à reorganização que previa o fechamento de 108 unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA); Ministério Público pediu implementação de “Plano de Emergência” para resolver o problema
Um documento do Ministério Público aponta que o plano de reestruturação da rede municipal de saúde de São Paulo prejudicou o atendimento à população por causa da redução de equipes médicas que sobrecarregou unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) que já estariam lotadas.
A reestruturação que previa o fechamento de 108 unidades foi alvo de seis inquéritos, o que levou a prefeitura a suspender a reorganização e a se comprometer com a recontratação de profissionais demitidos, além de reabrir unidades fechadas. Em julho, o MP ouviu as queixas da população e de funcionários para reunir dados e o resultado foi entregue ao secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, no final do mesmo mês.
Os dados levantados pela promotoria indicam que as regiões mais afetadas pela reestruturação são a Norte, Oeste e Sul. Na última, existe unidade de saúde fechada e com o quadro de funcionários zerado ou reduzido. Há também diminuição no número de horas trabalhadas.
No Jardim Capela, por exemplo, o número de profissionais ativos passou de 31 para 28. A unidade do bairro ganhou uma equipe de médicos que já iniciou o atendimento sobrecarregada com os pacientes da Vila Calu. A situação é ainda mais grave na Vila Piauí, na Zona Oeste, onde o número de funcionários caiu de 41 para 17. Eram 11 médicos pediatras e sobraram quatro.
O Ministério Público pediu que a Secretaria Municipal de Saúde implemente um “Plano de Emergência” para recomposição do prejuízo. O secretário da pasta afirmou que o problema será resolvido.
“Definimos num primeiro momento a retomada do serviço nessas 13 unidades já agora em agosto. E marcamos uma rodada de conversa para 11 de setembro, quando deveremos apresentar um cronograma de reabertura dos serviços de segunda a sexta até o final de setembro", garantiu o secretário. "Neste processo de reestruturação foram demitidos 71 médicos. Nós já fizemos a retomada de readmissão de 61 deles e esperamos concretizá-la rapidamente para a retomada exatamente desse serviço", completou.