Valadão vira alvo do MPF após associar aids aos LGBTs
A cantora e pastora evangélica afirmou que não é normal o relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo e pregou que a aids é consequência do pecado
O Ministério Público Federal abriu uma investigação contra a cantora gospel Ana Paula Valadão para apurar declarações homofóbicas feitas por ela durante um congresso religioso, realizado em 2016. As informações foram divulgadas pelo colunista de Lauro Jardim, do Jornal 'O Globo'.
Ana Paula, que também é pastora evangélica, estava ministrando em um culto no Congresso Diante do Trono, projeto criado por ela e conduzido por toda a sua família, quando afirmou que relações entre pessoas do mesmo sexo não são "normais" e fez uma ligação direta da aids aos casais LGBT.
"Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. Qualquer outra opção sexual é uma escolha do livre arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências. (...) A Bíblia chama de qualquer opção contrária ao que Deus determinou, de pecado. E o pecado tem uma consequência que é a morte. Está aí a aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte e contamina as mulheres, enfim...", afirmou a cantora.
O caso aconteceu em 2016, mas viralizou na internet após um vídeo ser amplamente compartilhado nas redes sociais.
No processo iniciado pelo MPF diz que: "a situação, na forma em que foi narrada, caracteriza-se como 'discurso de ódio', restando ao estado o dever de proteger as vítimas e responsabilizar os infratores, de maneira que essa atuação é ainda mais necessária no atual cenário brasileiro, em que a homofobia se encontra tão presente e multiplicam-se casos de ódio e intolerância".