Janguiê Diniz

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O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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Não vamos desistir do Brasil

Janguiê Diniz, | seg, 18/08/2014 - 08:09
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Milhares de pessoas foram ao Palácio do Campo das Princesas para se despedir do ex-governador Eduardo Campos. Em cada rosto era possível ver expressões abatidas, consternação, incredulidade e lágrimas. A relação de Eduardo Campos com o povo pernambucano fez da tragédia em Santos um luto coletivo. Arrisco-me a dizer que este luto ultrapassou os limites de Pernambuco e se fez no Brasil inteiro.

Eduardo Campos não foi um simples político. Ele tinha sensibilidade e entendia as necessidades do povo. Em seus governos, Campos apoiou a educação, o esporte, a cultura. Talvez seja difícil para quem não é pernambucano entender o significado de Campos para o nosso Estado.

Alvirrubro e amante do futebol como boa parte dos brasileiros, Eduardo apoiou o Sport na conquista da Copa do Brasil e o recebeu o Santa Cruz, campeão pernambucano. Foi dele a criação do programa Bolsa-Atleta – que incentiva atletas olímpicos – e a retomada do programa Todos com a Nota. Dele também as articulações e a candidatura de Pernambuco na Copa do Mundo e na Copa das Confederações.

Pequenas cidades do interior também receberam a atenção de Eduardo - receberam investimentos em escolas, hospitais e quadras esportivas. Vale lembrar que seu avó, Miguel Arraes, ainda hoje é ovacionado pelos sertanejos por suas atenção durante sua trajetória política - o programa Chapéu de palha, que empregava canavieiros, no período de entressafra, na construção de pequenas obras públicas, até hoje continua em execução.

Desde sua participação como secretário de governo no mandato de seu avô ou como deputado federal, quando criou e assumiu a presidência da Frente Parlamentar de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural Brasileiro, Eduardo sempre incentivou a cultura. Como governador de Pernambuco, ele consolidou o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), que beneficiou a produção cinematográfica pernambucana. Eduardo compreendia a importância da cultura pernambucana, inclusive nomeando o mestre Ariano Suassuna para a pasta durante seu governo.

Como político, Eduardo Campos era conhecido pela sua competência gerencial e pelo uso do diálogo como uma ferramenta dentro das suas relações político-partidárias. Com Campos, Pernambuco teve avanços significativos nas áreas de segurança, educação, saúde e na geração de empregos. Eduardo era um político diferente, com chances reais de ser presidente da república, se não nesta eleição, na de 2018.

A última entrevista concedida por Campos foi ao Jornal Nacional, da rede Globo. Na ocasião, a equipe do programa pesquisou sobre envolvimento dele em atos de corrupção e não encontrou nada. O seu carisma e sua forte presença política eram as qualidades que certamente levariam ao crescimento da candidatura. Eduardo Campos representava, para milhões de brasileiros, a esperança de um novo tempo na política brasileira.

Sua história enriqueceu a nossa vida política, pelo exemplo de honradez, dignidade e espírito público. E, em meio às homenagens do nosso povo a Eduardo, uma frase marcou o sentimento dos pernambucanos: “Eduardo Campos, o único presidente do Brasil que não foi eleito”.

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