Djalma Guimarães

Djalma Guimarães

Seu Bolso

Perfil:Economista pela UFCG e Mestre em Engenharia de Produção pela UFPE. É Docente, Projetista e Consultor Empresarial da i9 Projetos.

Os Blogs Parceiros e Colunistas do Portal LeiaJá.com são formados por autores convidados pelo domínio notável das mais diversas áreas de conhecimento. Todos as publicações são de inteira responsabilidade de seus autores, da mesma forma que os comentários feitos pelos internautas.

A confiança minguando

Djalma Guimarães, | seg, 23/06/2014 - 09:03
Compartilhar:

No último artigo falamos de um lampejo de tendência de recuperação na confiança do consumidor recifense, mas, ao contrário do resultado apontado naquele artigo, a possibilidade de cenário negativo aumentou. No mês de junho tal indicador atingiu o patamar mais baixo já verificado na série, 57,8 pontos, frente à média histórica de 90,6 pontos.

Ao observar o indicador de forma mais ampla percebe-se que nos últimos anos a confiança se reduz período após período, conforme pode ser observado no gráfico abaixo:

O que explica esta queda?

Quando o ICC Recife do IPMN começou a ser mensurado no ano de 2010, o ciclo de crescimento recente da economia brasileira estava no seu ponto mais alto, renda crescendo, emprego em alta, consumo se elevando, havia um grande otimismo no Brasil e no mundo em relação à continuidade do crescimento Brasileiro.

Mas, ano após ano tais expectativas foram repetitivamente frustradas, por fatores do contexto internacional, bem como por velhas amarras ao crescimento brasileiro que historicamente tem limitado o crescimento após Plano Real.

O velho problema crescimento-inflação, não conseguimos crescer de forma sustentável, pois o crescimento do consumo pressiona os preços e o remédio para o controle de preços são medidas contracionistas (elevação de juros)  que induzem o desaquecimento na economia.

Isto tem se repetido, pois velhos problemas não foram resolvidos a contento, tais como: elevação do investimento, desenvolvimento de uma política de estado voltada para a inovação, medidas que ampliem a produtividade, redução da burocracia, etc.

Estes fatos que podem não saltar aos olhos do consumidor comum, mas tem contribuído para este período de baixo crescimento e de queda nas expectativas.

Quais as implicações para a economia e para a vida dos indivíduos?

Uma das variáveis que mais tem contribuído para a queda do ICC é o menor otimismo em relação ao futuro da economia. A combinação de baixo crescimento e queda na confiança interfere diretamente na vida dos indivíduos. Pois o consumo das famílias é o principal componente do produto interno bruto, logo, quando a confiança cai os indivíduos mais receosos adiam planos de consumo ou reduzem a quantidade consumida, de forma que o crescimento da economia é comprometido.

O menor consumo levará a menos investimento e geração de empregos. Felizmente os efeitos desta combinação ainda não são sentidos, pelo nível de pleno emprego da economia, mas a persistência da combinação de queda nas expectativas e baixo crescimento tende a gerar desemprego e redução nos rendimentos no médio prazo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

LeiaJá é um parceiro do Portal iG - Copyright. 2024. Todos os direitos reservados.

Carregando