Janguiê Diniz

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O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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Transformação e inovação na política

Janguiê Diniz, | sex, 07/02/2014 - 14:19
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Neste ano, o Brasil terá eleições legislativas para os governos estaduais e presidência da República. O eleitor poderá exercer o seu direito de continuar a transformar a sociedade brasileira. Não restam dúvidas que o Brasil vem se transformando. Porém, é preciso que as transformações institucionais e socioeconômicas ocorram de modo mais acelerado, visto que as mudanças que acontecem no Brasil são rápidas, em alguns instantes, e, em outros, lentas.

Lembro-me do ano de 1993. A economia brasileira era guiada por taxas de inflação estratosféricas. Famílias e empresas, em razão da inflação, não tinham condições de construir um planejamento econômico para o futuro. Com a criação do plano Real, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), a inflação foi reduzida drasticamente. Com isto, a economia brasileira começava a mudar. Naquele mesmo governo, várias privatizações ocorreram. Bens públicos, como o acesso a linhas telefônicas, passaram a ser disponibilizados de forma mais ampla e fácil para toda a população.

Luis Inácio Lula da Silva (Lula) foi eleito presidente da República em 2002. O ex-operário e sindicalista, adepto do diálogo como instrumento de transformação, mantém os pilares econômicos do governo FHC. Mas, inova: amplia o crédito, reduz lentamente os juros, amplia o alcance do Bolsa Família e cria variados programas sociais, como o Programa Universidade para Todos (Prouni). As ações do governo Lula possibilitaram a emancipação de novos consumidores e o aumento da classe C.

Dilma Rousseff assumiu o poder oito anos após Lula, em 2010 e com a promessa de continuidade do mandato anterior. Em dado momento, ela opta por lidar com a economia valorizando a intervenção do estado. O cumprimento da meta inflacionária, apesar de muitos economistas terem alertado, passa a não ser prioridade. Para Dilma, a preferência era a manutenção das conquistas das eras FHC e Lula, ou seja: a capacidade de consumo dos brasileiros. A presidente cometeu equívocos econômicos não intencionais. No entanto, desde o ano passado procura corrigi-los. Ressalto que Dilma teve a brilhante ideia de criar o Pronatec – Programa de qualificação profissional, ampliar o FIES e assim impulsionar a educação.

A revisão sumária da história recente do Brasil revela transformações. No entanto, mais investimentos em infraestrutura e educação básica são necessários. Claro que, assim como qualquer sociedade, novos problemas surgiram, os quais exigem novos planos e ações dos governos. Por exemplo: mobilidade urbana e organização das cidades. Tais desafios estarão, certamente, nas agendas dos candidatos aos governos dos estados e à presidência da República.

Entretanto, reconheço que a política brasileira precisa inovar nos seus costumes políticos. Não é mais cabível que pesquisas de opinião pública revelem a descrença dos brasileiros com as agremiações partidárias, parlamentos e com os políticos. Esta descrença coloca em xeque a própria existência da democracia eleitoral, já que os seus principais atores sofrem de déficit de credibilidade. Portanto, não basta o Brasil se transformar socioeconomicamente. É preciso que a classe política brasileira se transforme e inove também. Neste caso, transparência e conduta republicana são necessários.

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