Empresários, intelectuais e a imprensa mundial reúnem-se em Davos, na Suíça, anualmente. O encontro serve para debater o estado da arte do capitalismo. Inerente a tal conjuntura, estão os desafios que podem ou não ser superados pelo sistema econômico, que possibilita que os países se desenvolvam e que ofertam à população bem-estar social.
Tradicionalmente, os debates ocorridos em Davos são semelhantes. Ausência de crescimento econômico, aumento do mercado de consumo interno, ausência de controle da inflação, controle de gastos públicos e desburocratização das amarras que impedem o capitalismo de funcionar a contento. Tal debate é enjoativo, embora seja necessário.
A presidenta, Dilma Rousseff, relutou em ir a Davos durante o seu mandato presidencial. Em razão da inquietude do mercado, já que os principais atores estão desconfiados do futuro da economia brasileira, e das eleições presidenciais que se aproximam, a presidente do Brasil optou por participar desta vez. Em seu discurso, Rousseff falou o que o mercado desejava ouvir, ou seja: que o Brasil não abandonará os pilares da economia trazidos por Fernando Henrique Cardoso (FHC) durante a implantação do Plano Real.
O controle dos gastos públicos e da inflação, câmbio flutuante e condições para que o capitalismo se desenvolva foram os pilares da era FHC e que permaneceram nas eras Lula e Dilma. E ,apesar da presidenta Dilma ter agido, em alguns momentos, para abandonar tais pilares, felizmente, ela não os abandonou.
O discurso da presidente Dilma Rousseff em Davos foi importante diante do momento da economia brasileira. Mas, assim como o encontro de Davos, não trouxe nada de novo. Dilma apenas reforçou os desejos do mercado. Contudo, a presidente poderia ter dito algo mais. Em vez de se deter apenas ao discurso meramente econômico, ela poderia ter dado ênfase aos programas educacionais que estão sendo implantados desde a era FHC. Dentre estes, destacamos: expansão do ensino superior privado, Prouni e Pronatec.
Foi com o ex-ministro Paulo Renato Souza (já falecido) que o ensino superior privado adquiriu condições para se expandir. Com isto, mais oportunidades para aqueles que não conseguiam realizar o sonho de obter um diploma de nível superior. Na era Lula, o Prouni foi criado. Este programa possibilita que pessoas, sem condições de arcar com as mensalidades das instituições privadas, conquistem uma graduação. E, recentemente, a presidente Dilma criou o Pronatec – que oferta cursos técnicos e profissionalizantes para os brasileiros que findaram o ensino médio. Tais medidas na área educacional estão preparando o Brasil para o futuro.
Não devemos analisar um país apenas pelos pilares tradicionais da economia – controle dos gastos públicos e da inflação, câmbio flutuante e desburocratização. Eles são importantes, mas precisamos ampliar nosso olhar. É através da educação que a igualdade de oportunidades surge. E com isto, maior desenvolvimento econômico e social para uma nação.