Janguiê Diniz

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O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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O discurso de Dilma na ONU

Janguiê Diniz, | ter, 01/10/2013 - 11:31
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Discursos têm caráter eleitoral, eles são propriamente o ato eleitoral. Aliás, atores políticos devem falar para os eleitores. Aqueles que desprezam os eleitores em seus discursos correm o risco de perdê-los ou de não conquistá-los. Os atores políticos ao discursarem não devem perder a oportunidade de consolidar a sua imagem entre os eleitores e enviar mensagens emblemáticas para eles. Os discursos não podem ser desconectados da realidade. 

O discurso da presidente Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU teve conotação eleitoral. Ela abordou temas variados, presentes na realidade, e mandou mensagens emblemáticas para os eleitores brasileiros. A presidente, sabiamente, buscou consolidar a sua principal característica: a firmeza. Ao abordar temas complexos com linguagem simples, a presidenta, certamente, alcançou o seu principal objetivo: conquistar eleitores e manter os que já têm.

Ao abordar o tema espionagem, a presidenta Dilma mandou recados duros ao presidente Barak Obama e evocou o Direito Internacional para mostrar que os Estados Unidos estavam agindo arbitrariamente quanto ao Brasil e a outros países. Dilma foi firme ao olhar para as câmeras e frisar que o Brasil não abriga terroristas. Entretanto, o ponto central da crítica a Obama foi quando ela fez referência à possibilidade de que a espionagem tinha também objetivos comerciais. Neste momento, ela acenou para a necessidade, mesmo diante da globalização, de que a soberania comercial dos países seja respeitada.

A presidenta Dilma Rousseff abordou a necessidade do multilateralismo. Tal tema é mais do que recorrente, principalmente quando o mundo já conviveu com variados conflitos e as disputas entre Israel e Palestina e a guerra interna na Síria requerem participação mais efetiva de variadas nações na construção de diálogos que visem à restauração da paz. Rousseff fez referência à reforma do Conselho de Segurança da ONU. Para ela, a formação do atual do Conselho não possibilita que diálogos em busca da paz sejam transformados em ações eficazes.

A reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi outro tema presente no discurso de Dilma. O Brasil, por várias vezes, já precisou recorrer ao FMI. Hoje, não mais precisa em razão da responsabilidade governamental dos governos FHC, Lula e dela mesma. Entretanto, as incertezas rodam as economias dos países. Portanto, como bem frisou a presidenta, o FMI precisa ser reformado e suas ações devem considerar as características socioeconômicas dos países subdesenvolvidos. Por isto, a necessidade proeminente da participação de representantes de países em desenvolvimento no FMI.

Um ponto a ser destacado no discurso da presidenta: o compromisso com a responsabilidade fiscal e a economia de mercado.  Por vezes, em virtude de algumas ações advindas do governo, o setor produtivo brasileiro desconfia de quais são as reais intenções de Dilma para com a economia brasileira. A desconfiança permite a incerteza, a qual influencia as escolhas dos empresários. No discurso na ONU, entretanto, Dilma mostrou para o mundo que os empresários podem acreditar no Brasil, pois este país tem um único objetivo: prosperar socioeconomicamente.  

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