O Brasil silenciou ao saber da morte do exímio sanfoneiro, instrumentista, cantor e compositor José Domingos de Morais, o nosso Dominguinhos. Querido por todos, ele teve como mestre Luiz Gonzaga e foi, sem dúvidas, o melhor representante do Rei do Baião.
Além do carisma, a marca registrada do sanfoneiro eram a simplicidade e a humildade. Durante toda sua trajetória, que começou lá aos 8 anos, quando impressionou Luiz Gonzaga, Dominguinhos construiu um legado de seguidores que tem o sanfoneiro como principal referência de formação musical. Uma formação intuitiva que não precisou de escola para encantar a todos.
Dominguinhos fez grandes parcerias musicais. Elba Ramalho, Nando Cordel e Gilberto Gil foram apenas alguns. Canções de sucesso como “Isso Aqui tá Bom Demais”, “Gostoso Demais”, “Eu Só Quero Um Xodó”, “Lamento Sertanejo”, “De Volta Pro Aconchego”, são apenas algumas das que foram eternizadas pelo grande sanfoneiro.
O trabalho de Dominguinhos é mais uma prova de que pouco importa o sotaque ou origens quando trata de fazer música. Pernambucano, ele não abandonou o baião, contudo, acabou por consolidar uma carreira musical própria, englobando gêneros musicais diversos como bossa nova, jazz e pop.
Em seu site oficial, Dominguinhos é definido como “um músico que é a síntese de diferentes elementos como talento, inspiração, força de vontade, perseverança e oportunidade. Uma mistura que resulta em arranjos e harmonias”. Ele era isso e era muito mais.
Um talento criativo. Sem dúvidas essa é a melhor definição que pode se ter de Dominguinhos. Entretanto, não apenas criativo. Dominguinhos carregava consigo o dom da música, registrada em 42 discos lançados durante a carreira e que foi completamente consagrada quando, em 2002, ganhou o Grammy Latino com o “CD Chegando de Mansinho” e em 2010, quando foi o vencedor do Prêmio Shell de Música.
Com seu falecimento, os amigos perderam um companheiro, a família perdeu um ente querido, o Nordeste perdeu um representante legitimo de sua cultura e o Brasil perdeu, sem dúvidas, o seu maior sanfoneiro. Se sua luta contra o câncer durou pouco mais de 6 anos, a cada vez que alguém cantar “olha que isso aqui tá muito bom, isso aqui ta bom demais”, Dominguinhos será eternamente lembrado.
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