Janguiê Diniz

Janguiê Diniz

O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

Os Blogs Parceiros e Colunistas do Portal LeiaJá.com são formados por autores convidados pelo domínio notável das mais diversas áreas de conhecimento. Todos as publicações são de inteira responsabilidade de seus autores, da mesma forma que os comentários feitos pelos internautas.

Economia e educação

Janguiê Diniz, | ter, 10/12/2013 - 08:56
Compartilhar:

Duas entrevistas recentes publicadas no jornal Folha de São Paulo despertaram a minha atenção. Josué Gomes da Silva, filho do ex-presidente José de Alencar e presidente da Coteminas, frisou, em entrevista no dia 25/11/2013, que faltam ao governo Dilma Rousseff previsibilidade e transparência na economia. Nilson Teixeira, economista-chefe do banco Credit Suisse, em 01/12/2013, afirmou que investimento em educação precisa ser prioridade.

Concordo com as referidas afirmações dos autores destacados. A presidente Dilma Rousseff optou, no início do seu governo, por desenvolver o capitalismo de Estado. Com isto, todas as ações voltadas para o desenvolvimento econômico, inclusive no âmbito da infraestrutura, precisaram, necessariamente, passar pelo crivo de variados ministérios. Tal decisão acarretou desconfiança dos empresários, já que a liberdade de agir, sob a observação do estado, é característica da atividade empresarial. Mas, o governo Dilma escolheu a ação e não apenas a observação.

Além disto, desde o início do governo Dilma, críticas ao desempenho do Banco Central foram feitas por empresários, economistas e jornalistas especializados em economia. As críticas versavam sobre a independência do Banco Central para tomar atitudes que tivessem como objetivo a busca pelo desempenho econômico pujante do país. A desconfiança, que sempre existiu por parte do setor produtivo, foi quanto à falta de transparência na relação entre governo e presidência do Banco Central. A ausência da transparência possibilitava desconfiança no que concerne ao futuro da economia brasileira.  

A atividade empresarial requer riscos. Entretanto, eles podem estar atrelados a níveis de previsibilidade. Neste sentido, empresários desejam saber claramente se a opção do governo é o controle da inflação, a parceria público-privada na execução de obras públicas e qual será o nível dos gastos públicos num estágio de reduzido crescimento econômico. Quando os governos sinalizam quais são os seus objetivos, empresários descobrem por qual caminho trilhar.

Reconheço, que desde o início do segundo semestre, a presidenta Dilma Rousseff dá sinais claros e positivos ao setor produtivo brasileiro. Ela fez a opção de controlar a inflação. A prova disto é de que não mais existem cerimonias para o aumento de juros, caso seja necessário. As concessões de estradas e aeroportos para a iniciativa privada têm apresentado sucesso, inclusive, trazendo lucro para a União, como foi o caso da concessão do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Portanto, parece-me que o Brasil viverá uma nova etapa em 2014.

Por outro lado, não devemos esquecer dos investimentos em educação. O Pronatec foi criado. O Bolsa Família ampliado. Ambos representam incentivos para a qualificação dos brasileiros. Entretanto, o Brasil precisa de mais. É necessário pensar a formação de uma concertacion entre prefeitos, governadores e presidente da República para que, juntos com a iniciativa privada, o Brasil conquiste melhores índices educacionais em relação a outros países.

Debater a economia é necessário. Mas, antes deste debate ou atrelado a ele, observo que devemos discutir a educação. Pois sem profissionais qualificados, o desempenho da economia brasileira não será inclusivo. Será apenas para alguns.  

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

LeiaJá é um parceiro do Portal iG - Copyright. 2024. Todos os direitos reservados.

Carregando