Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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Yes, we care

Adriano Oliveira, | qua, 09/11/2011 - 10:15
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"Sim, nós nos preocupamos". Este é o lema proposto por FHC em encontro do PSDB na última segunda-feira. Para o ex-presidente, o PSDB deve mostrar para os eleitores que se preocupa com as pessoas. A proposta de FHC é óbvia. Mas nem todos do PSDB propuseram isto. Portanto, a proposta óbvia de FHC é inovadora.

Costumo afirmar que o governo de FHC foi inovador. Sem FHC, Lula não teria conquistado sucesso junto aos eleitores, pois o PT, e certamente parte da sua base aliada, não lhe daria apoio para criar a Lei de Responsabilidade Fiscal, para realizar as privatizações e para salvar o sistema financeiro através do PROER. E, claro, variados membros do PT não teriam dado apoio caso algum economista propusesse a Lula o Plano Real.

É claro que Lula tem méritos. Lula é sábio. Lula fez a opção em sua carreira política pela intuição. E não se preocupa em dar a ela sustentação teórica. Em vários momentos, a intuição de Lula foi sábia. A Carta aos Brasileiros, publicizada às vésperas da eleição de 2002, mostra, por exemplo, a sabedoria de Lula. Através dela, Lula garantiu para todos os brasileiros e para o mercado a continuidade das coisas boas do governo FHC.

Gostaria de presenciar um encontro de FHC, o PSDB e Lula. Neste encontro, eu diria o seguinte a Lula: presidente: diga ao PSDB como se conquista eleitores.  Lula, diante da sua empáfia, ficaria feliz com a minha sugestão. E, certamente, iria mostrar ao PSDB os meios necessários para mexer com os sentimentos e os desejos dos eleitores.

Não falta ao PSDB uma agenda para o Brasil. Não faltam ideias em FHC. Ao contrário, muitos do que fazem o PSDB e FHC pensam o Brasil a longo prazo. Privatizações, Reforma do estado, desburocratização, reforma radical na educação, redução dos juros, capitalismo competitivo, etc. Estes são temas que fazem parte da agenda do PSDB. Porém, falta ao PSDB o básico: criatividade para conquistar eleitores.

A conquista de eleitores é um desafio que faz parte do cotidiano dos estrategistas e dos competidores. Identificar e compreender os desejos do eleitor e com isto criar estratégias para conquistá-los são as funções básicas dos estrategistas e dos candidatos.

Em 2014, o PSDB tem condições reais de retomar à presidência da República, pois Dilma tem vários desafios até lá, muitos dos quais, não serão satisfatoriamente superados. Mas, para o PSDB derrotar o PT ou outro competidor, ele precisa aprender a conquistar eleitores.

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