Do advento da popularização do computador pessoal até a Web 2.0 e as conexões por telepresença holográfica, a tecnologia evoluiu em pouco mais de 20 anos, transformando totalmente a forma como vivemos.
Atualmente não se concebe mais o computador ou o tablet como ferramenta a ser usada no laboratório de informática em aulas específicas. O computador é o lápis de ontem, precisa acompanhar o aluno todos os dias, o tempo todo.
Temos a possibilidade de passar do tradicional modelo de aula expositiva, onde o professor explica e o aluno presta atenção e toma nota, quando muito interrompe o professor para tirar alguma dúvida, para um modelo participativo, onde o professor propõe as questões a serem discutidas e, coletivamente, os alunos constroem as respostas, com o auxílio da web e de centenas de outras pessoas de qualquer lugar do mundo, conectadas através de redes. Não só as pessoas podem estar em qualquer lugar, como também o professor não precisa estar mais em sala.
Estamos entrando em um mundo onde a presença virtual se torna real e corriqueira. Morando em São Paulo, posso tomar meu café da manhã conversando com amigos em Los Angeles, almoçar com colegas chineses que se encontram em Xangai e jantar com fornecedores russos, diretamente de Moscou. A velocidade das conexões em rede cresceram tanto, a ponto de transmitir a imagem em altíssima resolução, promovendo a percepção de proximidade quase que real, da pessoa do nosso interlocutor que se encontra à distância.
Muitos especialistas acreditam que com o rápido crescimento das tecnologias da informação e comunicação que ocorre atualmente, já estaríamos prontos para viabilizar financeiramente, em larga escala, o modelo da aprendizagem centrada no estudante, viabilizando um verdadeiro “salto quântico” no desempenho destes estudantes. Esquecem, no entanto, que ainda não vencemos o maior obstáculo de todos – a formação docente.
Em minha opinião, ainda teremos que esperar que uma nova geração de professores, nascidos na era da Internet, que cresceram conectados e interligados ao mundo em redes sociais e, portanto, com um modelo mental aberto a este novo mundo, para somente então conseguirmos mudar o modelo educacional vigente.
A pressão pela mudança está vindo de baixo para cima, uma vez que os estudantes não estão esperando seus professores evoluírem, mas estão se tornando protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem, utilizando todos os recursos proporcionados pela tecnologia e encontrando novas e criativas formas de aprender.