Todos os atores que não são do PT crêem que podem ser eleitos prefeitos do Recife em 2012. Estão apressados. Muito apressados. Apesar da reduzida aprovação de João da Costa, a qual é detectada por variadas pesquisas, o atual prefeito do Recife tem condições de ir para o segundo turno. Neste instante, não consigo vislumbrar um segundo turno em Recife sem João da Costa.
João da Costa deverá ser o candidato do PT. Caso não seja, o que dirá o PT à opinião pública? Nada. Pois não tem como justificar a sua retirada da disputa. João da Costa só não será candidato do PT se não quiser. Pois condições de se recuperar ele tem. É plausível prognosticar que João da Costa conquistará durante a campanha eleitoral, 40% a 45% de intenção de votos.
Na eleição do Recife existem ainda duas incógnitas: João Paulo será candidato? Quem será o candidato de Eduardo Campos? Caso João Paulo sai do PT, ele é um candidato competitivo. Mas não diria imbatível. O apoio de Eduardo Campos pesa. Campos avança sobre o tradicional eleitorado do PT em Recife.
A oposição tem bons candidatos – Jungmann, Mendonça, Henry, Daniel Coelho e Bruno Araújo. Caso pensem estrategicamente, todos têm chances de sucesso. É importante salientar que todos não podem ser candidatos. Três precisam desistir da candidatura. É falácia acreditar na premissa de que quantos mais candidatos pior para a situação e melhor para a oposição.
Tenho a hipótese de que quanto menos candidatos da oposição, mais informações concentradas/focadas para o eleitor. Com isto, o eleitor focará em um candidato. Se a oposição tiver, por exemplo, três candidatos, são três atores disputando a fatia do eleitorado e a atenção do eleitor oposicionista.
A informação é um instrumento de conquista do eleitor, mais candidatos, mais informação sobre os atores da oposição. Entretanto, a informação chegará ao eleitor através de vários atores. Com isto, o eleitor pode ficar em dúvida quanto a quem escolher. Cria-se, inclusive, um curto-circuito de informação – choque de informações sobre um mesmo assunto e concorrência na retórica, por exemplo. Com isto, o eleitor pode não optar pela oposição.
A diminuição de candidatos oposicionista não reduzirá, necessariamente, o número de informações sobre a oposição para o eleitor. Mas a informação estará mais concentrada em razão do menor número de candidatos. O eleitor tende a focar em um competidor. Diminuirá também a possibilidade de ocorrer curtos-circuitos entre os candidatos.
Portanto, é falácia supor que quanto mais candidatos, maior a probabilidade da oposição vencer o pleito eleitoral. Outra falácia, João da Costa não tem chances de ser reeleito. Ele tem. Uma única verdade: a eleição do Recife será acirrada no primeiro turno.