Saiba como as redes sociais impactam o meio profissional
Entenda como a avaliação dos profissionais através dos seus perfis pode ser prejudicial
As redes sociais têm ganhado cada vez mais utilidades em nosso cotidiano. As mídias integram áreas como educação, saúde, religião, esportes, entretenimento; e ainda se tornaram grandes ferramentas de marketing pessoal no mercado de trabalho. Profissionais de diversos setores utilizam as redes para falar sobre sua profissão, mostrar o dia a dia, e até mesmo divulgar seus serviços. De acordo com a pesquisa realizada em abril pela plataforma Resultados Digitais, 100% dos participantes afirmaram usar as mídias sociais na estratégia de marketing.
Por outro lado, essa prática também pode ser prejudicial, pois relaciona diretamente a qualidade do profissional ao seu desempenho na internet. Recentemente, a influenciadora Bettina Rudolph contou em seu podcast Lado Be sobre uma experiência em que analisou os perfis de 5 dermatologistas antes de marcar uma consulta em uma clínica. “Eu entrei no Instagram, vi com qual eu me identifiquei mais. Tinha uma que tava mega assim, tímida, parecia né? Visualmente se comunicando meio tímida, eu não quis. Eu falei: não quero uma médica assim, quero uma médica que eu sinta que tá sabendo do que tá falando, né?”, relata.
A declaração levantou o questionamento sobre o uso de redes sociais como forma de avaliar profissionais, e qual o impacto gerado a partir desse método de seleção. Para esclarecer o tema, o LeiaJá conversou com Amanda Buarque, Coordenadora de Gestão de Pessoas no Sistema FIEPE, e Carol Ramalho, professora de RH no Senac.
Segundo Amanda, as redes sociais hoje em dia são como “vitrines” das pessoas, onde elas revelam sinais sobre o estilo de vida, preferências e ideologias. Dessa forma, quem as visualiza poderá gerar identificação ou não, e por isso é importante se atentar ao conteúdo postado e à mensagem que está sendo transmitida. Para Ramalho, muitas vezes essas informações podem ser superficiais, por isso é extremamente importante verificar as formações e credenciais do profissional, assim como indicações de outros clientes.
Buarque explica que o cliente ou empresa irá olhar e buscar nas mídias algum tipo de identificação entre o conteúdo desse profissional e a proposta de trabalho que gerou a demanda. Caso a empresa/cliente entender que faz parte do público-alvo, poderá ter chances de fechar um negócio e atrelar sua imagem a imagem dessa pessoa.
Já em relação ao uso dos perfis como avaliação, Amanda afirma que a rede social, o engajamento, quantidade de seguidores (que significa o tamanho da projeção que esta pessoa tem e impacto sobre outras) e recomendações feitas por outras pessoas sobre o profissional, serão fatores decisivos da hora da busca por uma prestação de serviços.
Sobre as consequências, Carol comenta como as redes sociais podem ser benéficas para as vidas das pessoas, e cita profissões como confeiteiro, cantor, fisioterapeuta ou esteticista, que adquiriram a oportunidade de atribuir visibilidade e expor o resultado de seus trabalhos. No entanto, ela reitera a importância de ter responsabilidade e saber exatamente o que postar para construir uma boa imagem e fazer o gerenciamento da impressão como profissional. A professora ainda enfatiza a necessidade de segregar o perfil pessoal do profissional, ou de manter cuidados se houver apenas um para as duas finalidades.
“Às vezes, não é de um influenciador que a gente precisa, é de um profissional competente que atenda nossa demanda”, declara. Ela defende que não podemos assumir que apenas as pessoas extrovertidas, que falam bem e gostam de câmeras são boas profissionais. “Existem excelentes profissionais que são introvertidos, são tímidos, e nem por causa disso deixam de prestar um excelente serviço”, conclui.