Alunos da UFRPE reclamam de problemas estruturais
Educação física é um dos cursos mais prejudicados. Hospital Veterinário também passa por muitas dificuldades
Uma instituição centenária marcada pela tradição e reconhecimento educacional. Cerca de mil professores, 900 técnicos e 17 mil alunos são aqueles que fazem da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) um estabelecimento público de ensino superior conhecido em todo o Brasil. Seus cursos permeiam as áreas de Ciências Agrárias, Humanas e Sociais, Biológicas, Exatas e da Terra, tanto para a evolução educacional e tecnológica do Estado, quanto para atender as necessidades e anseios da sociedade. Porém, como outras universidades brasileiras, a instituição pernambucana sofre com problemas estruturais, o que prejudica a formação de alunos de diversos cursos.
“A situação é extremamente precária. Não existem equipamentos para o curso. A universidade tem muito a melhorar, se não, nossa formação ficará para traz”, afirma o estudante de educação física, Luciano Menezes. A situação do aluno do Campus Recife pode até ser um fato isolado em relação à graduação, entretanto, a estrutura do curso de educação física precisa melhorar muito.
A pista que serviria para o atletismo, na unidade de Dois Irmãos, tem hoje o asfalto batido de areia, mal estruturado e entregue ao desprezo. A água da piscina é tão suja que chega a ficar amarela. No departamento da graduação, existem inúmeras salas sem equipamentos para a realização de atividades da área e os estudantes reclamam que até os bebedouros não funcionam. “Nossa universidade tem problemas estruturais sérios. A gente fica com a formação profissional comprometida. Parece engraçado, mas, nosso departamento tem uma sala de informática que não tem computadores”, critica o integrante do Diretório Acadêmico da educação física, João Victor Cruz.
De acordo com os estudantes, diferente da questão estrutural, o corpo de professores é altamente qualificado e competente. “Dos professores não temos o que reclamar. Eles são bons”, afirma Cruz. Ainda segundo ele, em vários momentos os estudantes procuram dialogar com a reitora da UFRPE, Maria José de Sena, que no mês passado completou um ano no cargo, como a primeira mulher a assumir a reitoria. Entretanto, de acordo com os estudantes, a reitoria não consegue pressionar o Governo Federal para conseguir fundos em prol da reestruturação da universidade.
Nossa reportagem procurou a reitora para que ela se posicionasse diante das críticas dos estudantes. Porém, até o fechamento desta matéria, Maria José de Sena não retornou o nosso contato.
Mais problemas
As dificuldades no Campus Recife da UFRPE não se resumem apenas ao curso de educação. O Hospital Universitário também sofre com a falta de estrutura, o que prejudica a formação dos estudantes.
Para socorrer um animal doente, o dono do bicho tem muito que esperar. O LeiaJá flagrou pessoas que passaram quase oito horas para entregar seus animais de estimação aos cuidados veterinários. O público paga apenas a medicação, mas, a espera é muito demorada e os bichos, independente da condição de saúde, precisam aguardar a base de muito sofrimento.
De acordo com o coordenador do hospital, Acácio Teófilo, já houve contato com a reitora para melhorar as condições estruturais do hospital, porém, ainda não há medidas concretas.
Há o que comemorar - Apesar das reclamações dos estudantes, nos últimos anos, a UFRPE passou por um processo de expansão que trouxe diversos benéficos para o Estado. No âmbito do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a instituição pernambucana criou polos acadêmicos. A Unidade Acadêmica de Garanhuns foi a primeira extensão universitária a ser instalada no Brasil, no segundo semestre de 2006. No ano seguinte, foi instalada a Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST). A universidade também tem órgãos suplementares em outras regiões.