UEPA inicia investigação de caso sobre discriminação
Professora de Religião Africana é acusada de crime de racismo
Por Juliana Gomes
Alunos da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e membros de entidades ligadas ao movimento negro afixaram, na manhã dessa segunda-feira (17), cartazes com frases de indignação à atitude de professora Daniela Cordovil, acusada de, na última sexta-feira (14), agredir verbalmente o vigilante Rubens Santos e o aluno da universidade, Paulo de Paula, com injurias raciais.
No depoimento prestado pelo vigilante, ele não teria citado que foi chamado de "macaco", por isso a professora só foi acusada por injuria simples, mas depois de surgirem novos fatos o delegado Jaimes Moreira fez a correção do inquérito e a professora passou a ser acusada por injuria racial. Desde cedo, dois cartazes com dizeres que condenavam a atitude da professora e ressaltavam o orgulho negro foram afixados no portão da universidade.
A Ouvidoria da UEPA convocou ontem (17) a acusada e as duas vítimas para que prestem depoimentos e anunciou que encaminhará o mais brevemente possível a recomendação pela instalação de uma sindicância à Reitoria para apurar o caso. Se for constatada a culpa da docente, ela será punida pela instituição. A punição pode variar desde uma advertência verbal até o afastamento da servidora.
O Departamento de Ciências da Religião, do qual a docente faz parte, também tem autonomia para punir a professora, mas a greve dos docentes da universidade impede que qualquer atitude seja tomada no momento.