Formação internacional é estratégia que dá certo
Crescimento seguro e mais rápído no mercado de trabalho é o resultado alcançado por quem já passou pela experiência
A formação acadêmica é um elemento primordial para construir uma carreira profissional de sucesso e o investimento em instituições no exterior é cada vez mais estratégico na meta do sucesso profissional.
Os estudantes que buscam uma graduação completa (teoria e prátrica), procuram se inscrever em universidades reconhecidas e que abram portas para o mercado de trabalho. Jovens brasileiros têm apostado no diferencial que instituições fora do país trazem quando o currículo é apresentado em uma entrevista de emprego.
Com a iniciativa, o aluno além de adquirir uma nova experiência de desenvolver a capacidade de adpatação a novas situações, também pode agregar o estudo de outro idioma.
Atualmente, os intercâmbios estudantis, como a modalidade sanduiche, estão em alta em várias instituições brasileiras, sendo privadas ou públicas. Os estudantes ingressam nas universidades e podem optar em passar de seis meses a um ano em instituições internacionais parceiras.
O programa mais recente dessa modalidade é o Ciência Sem Fronteiras, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), que oferece bolsas de estudo para alunos da rede pública de ensino superior. Mas a decisão de fazer uma graduação integralmente no exterior têm feito muitos jovens correm atrás de bolsas concedidas pelas instituições gringas, também. Entre os destinos mais procurados estão Inglaterra, França, Espanha e em primeiro lugar, os Estados Unidos.
Os estudantes na hora de dar o primeiro ponta-pé para a viagem, se encontram perdidos por se tratar de uma instuitição a quilômetros de distância. Para facilitar o intermédio entre o país de destino e o aluno, os governos internacionais montam escritórios de apoio a esses estudantes em vários países. Aqui em Recife, a escola de língua inglesa Associação Brasil-América (ABA) abriga a EducationUSA, fonte oficial sobre estudos nos Estados Unidos que possui mais de 20 escritórios no Brasil, com orientadores treinados para dar toda a informação que o estudante precisa.
A coordenadora do ABA Mundy, um centro especializado em intercâmbio estudantil da instituição, Danyelle Marina Araújo também é orientadora da EducationUSA. Ela conta que recebe jovens que têm a vontade mas não sabem por onde começar. “A gente acompanha desde da ideia inicial até a escolha a instituição, a solicitação de bolsas, os teste que são feitos e por fim os tramites de passaporte e visto”. De acordo com Danyelle, cerca de 20 pessoas por mês procura o escritório da instituição aqui em Recife.
Os orientados participam de palestras e workshops com estudantes que já fizeram o programa ou que ainda estão cursando a graduação nos Estados Unidos. Mães e pais dos futuros intercambistas acompanham atentamente todas as dicas passadas pelos mais experientes e tomam nota em um caderninho para não esquecerem.
A professora Ana Raquel de Lima (foto), já está nos últimos preparativos para a viagem do filho Gustavo de Lima de 17 anos. O estudante foi o único jovem a conseguir uma bolsa de 100% na Vanderbilt University, localizada na cidade de Nashville, no Estado do Tennessee.
Ana Raquel conta que desde o começo da vida escolar, Gustavo já se destacava com a facilidade de aprender e o esforço nos estudos. Em casa, com a mãe como professora, as materias aprendidas em sala de aula eram aperfeiçoadas. Ela afirma que aos sete anos de idade, o filho único demonstrou o interesse por aprender a língua francesas. “Ele chegou um dia para mim e disse que queria aprender francês e ser um diplomata. E essa vontade só veio crescendo. Desde os cinco anos ele já estudava inglês, fez o francês e aos oito anos de idade quis estudar espanhol”, afirma Ana Raquel.
Gustavo, que já havia feito o vestibular tradicional da UFPE e passado em Direito, optou por fazer uma graduação em Economia no exterior. Ele afirma que escolheu sete instituições dos Estados Unidos para tentar conseguir a bolsa. O aluno foi avaliado através de teste de fluencia do idioma inglês pela prova TOEFL e foi submetido a SAT (Scholastic Assessment Test) um exame educacional padronizado nos EUA aplicado a estudantes do 2º grau, que serve de critério para admissão nas universidades norte-americanas. O teste é semelhante ao Enem brasileiro, embora as universidades não se baseiem somente nas notas dos alunos para aprová-los. É apresentado tambem o curriculo escolar do ensino médio e as atividades extras desenvolvidas pelo estudante, como praticar algum esporte ou fazer trabalho voluntário.
De acordo com a desenvoltura do estudante nessas avaliações, as universidades podem ou não conceder uma bolsa de estudos de 50 a 100%. Gustavo de Lima foi aprovado pela universidade que estava entre as suas últimas opções. “Só por que eu não passei para as primeiras da minha lista não quer dizer que eu não sou bom. Pelo contrário, a espera me fez conseguir uma bolsa integral para os quatro anos de estudo”, conta Gustavo que embarca para a terra do Tio Sam no dia 15 de agosto.
Experiência
Os jovens que procuram instituições no exterior podem ser motivados por três questões: pais que reforçam o desejo de que o filho estude numa grande universidade; a vontade de ter uma experiência fora por questão de independência; e a necessidade de apresentar um diferencial no mercado de trabalho.
A profissional Raissa Duque é formada em Publicidade e Relações Públicas pela Universidad de Valladolid, na Espanha. Em 2002, quando ingressou em Publicidade e Propaganda na UFPE, Raissa, por incentivo de amigos, participou de um programa de intercâmbio da Federal com instituições da Espanha. O projeto permitia que a estudante fizesse toda a graduação no exterior, o que atualmente não é possível.
A publicitária e mais um grupo de cerca de 30 pessoas de diversos cursos da UFPE, tiveram aulas de espanhol básico para poder serem aceitas nas instituições parceiras. Raissa, passou, ao todo, seis anos estudando no campus de Segóvia. Ela conta que sentiu pouca dificuldade de acompanhar e de se adaptar aos costumes.
O currículo acadêmico que encontrou lá também não pode se comparar com o que temos no Brasil. “Na Espanha eles presam muito pelo lado teórico. Então enquanto os estudantes daqui já estavam estagiando, lá eu não fazia isso, mas tinha um embasamento maior”, afirma Raissa.
Após a graduação, a profissional emendou um mestrado em marketing ainda na Espanha e ingressou no mercado de trabalho. “Lá eles não tem preconceito por sermos brasileiros, basta ser competênte no que faz”, diz. Em 2009, quando voltou ao Brasil, Raissa começou a procurar oportunidades de empregos no seu campo de trabalho, que aqui ainda estava se desenvolvendo.
Segundo ela, a recepção do mercado fez valer a pena a experiência fora. Ela afirma que já recebeu alguns “não” por ser mais capacitada do que a vaga pedia. “Nesses três anos que estou trabalhando aqui no Brasil, eu tripliquei o meu salário. Então eu tive uma evolução muito rápida no mercado, o que fez valer a pena todo o esforço de anos atrás”, explica a publicitária.
Validação do Diploma
A experiência no exterior pode ser positiva, desde que a instituição de ensino seja qualificada e que as regras para a validação do diploma sejam conhecidas. O estudante, antes de firmar matrícula nas universidades devem procurar saber se elas são reconhecidas aqui no Brasil e se o diploma pode ser validado para exercer a profissão no país. Por isso, no regresso desses estudantes, o diploma precisa ser revalidado em universidades públicas. Esta regra é prevista em lei federal e em resoluções do Conselho Nacional de Educação.
Uma vez que o diploma estiver validado, o graduado está apto a trabalhar no Brasil assim como as pessoas formadas aqui. O processo de validação para todas as áreas inclui análise criteriosa da grade de curso, observando ementas, atividades práticas e teóricas. Depois disso, se houver dúvidas, o requerente pode ser submetido a provas.
O estudante pode saber mais sobre a validação do diploma através do site do Ministério da Educação.