Políticos americanos apresentam alternativa ao SOPA
Chamada de OPEN Act, proposta propõe abordagem mais equilibrada
Antes mesmo do SOPA (Stop Online Piracy Act) ser retirado de pauta, congressistas americanos que se opunham ao controverso projeto de lei que buscava acabar com a pirataria na Web apresentaram uma legislação alternativa na Câmara dos Representantes nos EUA.O projeto foi submetido pelo legislador republicano Darrell Issa, da Califórnia, na mesma quarta-feira, 18/1, em que os protestos contra o SOPA e o PIPA (Protect Intellectual Property Act) mobilizaram a internet em todo o mundo.
O OPEN Act (Online Protection and Enforcement of Digital Trade) permite que os donos de direitos autorais entrem com ações por violações de direitos autorais contra sites estrangeiros junto a Comissão Internacional de Comércio dos EUA (ITC), que poderia investigar as denúncias e decidir se os processadores de pagamento e redes de publicidade online dos EUA deveriam ser exigidas para cortar o financiamento.
“O OPEN é uma solução direcionada eficiente para o problema de sites estrangeiros que roubam de artistas e inovadores norte-americanos”, afirmou Issa, em uma declaração oficial. “Os protestos do dia 18 na Internet ressaltaram a abordagem falha tomada pelo SOPA e pelo PIPA para o verdadeiro problema de violação de propriedade intelectual. O OPEN é uma maneira mais inteligente de proteger os direitos de quem paga impostos ao mesmo tempo em que protege a Internet.”
Em contraste, o SOPA permitiria que o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) e os donos de direitos autorais fossem em busca de ordens judiciais exigindo que os processadores de pagamento e as redes de publicidade parem de realizar negócios com sites estrangeiros acusados pelos queixosos da violação de direitos. O SOPA também permitiria que o Departamento de Justiça solicitasse ordens judiciais exigindo que ferramentas de busca e possivelmente outros sites parassem de fornecer links para esses sites que acusam de violar direitos autorais.
Embora o SOPA e o PIPA tenham sido retirados do pauta, o OPEN Act continua em tramitação. E, ao contrário dos outros dois projetos, recebeu o apoio de gigantes da tecnologia como Google, Facebook, LinkedIn e Twitter, entre outros.
Já entre os co-apoiadores do OPEN Act no Congresso estão muitos dos mais ferozes opositores do SOPA, incluindo as representantes Zoe Lofgren e Anna Eshoo, democratas de Califórnia; o republicano Jason Chaffetz, de Utah; e o também republicano Jim Sensebrenner, de Wiscosin. Outro nome que apóia a proposta é o democrata Jim Langevin, de Rhode Island, que também atua como ativista para práticas melhores de cibersegurança.
Mas há quem discorde da eficácia do OPEN Act. O republicado Lamar Smith (Texas), um dos principais apoiadores do SOPA, afirma que o novo projeto não conseguirá evitar bilhões de dólares em pirataria e contrabando online que acontecem todo ano. “Pode deixar o problema ainda pior”, afirmou Smith em um comunicado.
“O OPEN Act deixa a Internet ainda mais aberta para ladrões estrangeiros que roubam a propriedade intelectual e tecnológica dos EUA em proteger os consumidores e empresas norte-americanos”, completa o republicano do Texas. “A proposta transforma a internet em um abrigo seguro para criminosos estrangeiros que roubam tecnologia, produtos e propriedade intelectual dos EUA.”
A Motion Picture Association of America também divulgou uma declaração (PDF) na qual também afirma que o projeto facilita a pirataria na Internet.