Uma pesquisa sobre a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, realizada pela XP Investimentos em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), aponta que 46% da população espera um governo "ótimo" ou "bom" até o fim do mandato. Já os pessimistas correspondem a 31% dos entrevistados. O estudo questionou aos entrevistados o que eles esperam para os próximos três anos de governo.
Há um mês, a expectativa positiva era de 43%, uma oscilação de três pontos porcentuais. A proporção de entrevistados que esperam uma administração "ruim" ou "péssima" foi de 33% a 31% no período. No início do ano, a expectativa positiva para o mandato correspondia a 63% dos entrevistados, e 15% deles eram pessimistas.
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A pesquisa também mostra uma oscilação positiva, dentro da margem de erro, de 3,2 pontos porcentuais, na avaliação atual do governo. O porcentual de entrevistados que consideram a administração "boa" ou "ótima" foi de 30% para 33% em relação a setembro. Já a desaprovação a Bolsonaro oscilou de 41% a 38%, e a porcentagem de entrevistados que consideram o governo "regular" se manteve estável em 27%.
O resultado ocorre após uma sequência de resultados que mostravam piora na avaliação do governo pela população, apontados pela pesquisa XP/Ipespe nos dois meses anteriores. Entre julho e setembro, a proporção de quem considerava a administração de Bolsonaro "ruim" ou "péssima" foi de 35% a 41% na pesquisa, enquanto a aprovação caiu de 34% a 30%.
Segundo a XP Investimentos, a pesquisa realizou mil entrevistas telefônicas em todo o País entre os dias 9 e 11 de outubro. A última vez que o levantamento apontou estabilidade na avaliação, com tendência positiva, havia sido entre maio e junho.
A avaliação do Congresso, também medida na pesquisa, oscilou no sentido contrário. A proporção de entrevistados que consideram o desempenho dos parlamentares "ruim" ou "péssimo" foi de 39% a 42%, e a avaliação positiva foi de 16% a 14%.
Privatizações
O estudo questionou pela segunda vez o apoio da população à política de privatizações, uma das principais bandeiras de Bolsonaro durante a campanha. Os resultados apontam aumento no número de pessoas que apoiam a venda de estatais ao setor privado. Aqueles que se declaram contra as privatizações, no entanto, ainda são maioria.
Entre julho e outubro, a porcentagem de pessoas que se declarou a favor de vender empresas públicas cresceu de 33% para 39%. Já a proporção de quem é contrário às propostas do governo para essa área caiu de 58% para 55%, enquanto o número daqueles que não sabem ou não responderam foi de 8% a 6%.
Na percepção sobre a relação entre Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, prevalece a avaliação de que os dois têm pouco ou nenhum entendimento entre si. Perguntados sobre a forma como o presidente e o ministro trabalham na maior parte do tempo, 35% disseram que eles têm "alguma sintonia" e 34% consideram que "não há sintonia" entre eles. A pesquisa não mostra avaliações anteriores sobre a relação entre os dois.
Já a percepção sobre a Operação Lava Jato teve leve piora ao longo dos últimos meses. De agosto a outubro, aumentou a proporção de entrevistados que tiveram a opinião alterada para pior após os vazamentos que mostraram trocas de mensagens entre o então juiz Sérgio Moro e procuradores. O número de pessoas que disseram não ter sua opinião alterada pelos vazamentos caiu de 49% para 45%.
Aqueles que consideram que a Lava Jato cometeu excessos e apoiam a revisão de decisões foi de 38% a 40%. Já os entrevistados que não veem nenhum abuso na operação foram de 38% a 36%. Aqueles que admitem ter ocorrido excessos, mas respondem que "o resultado valeu a pena" foram de 16% a 14% de agosto a outubro.
No entanto, aumentou o número de entrevistados que responderam não se lembrar dos vazamentos e não souberam opinar sobre o caso em questão. A proporção de pessoas que disseram não ter conhecimento do caso aumentou de 16% para 20% nos últimos dois meses.
A pesquisa ainda perguntou sobre a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Lava Jato, de recusar o regime de prisão semiaberto. A maior parte, equivalente a 37%, diz que ele deve seguir preso em regime fechado. Outros 30% dizem que ele deve passar ao semiaberto apenas se desejar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.