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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a comissão irá recorrer da decisão do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu ao empresário Carlos Wizard o direito de ficar em silêncio durante seu depoimento à CPI. A declaração foi dada logo após o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) exibir um vídeo do empresário falando que pessoas morreram de covid-19 por terem ficado "em casa" sem buscar o tratamento precoce - que não tem eficácia comprovada cientificamente para combater o coronavírus.

Aziz reagiu a declaração afirmando que tal atuação de Wizard não pode ficar impune. "Senhor Carlos Wizard, meu irmão morreu em janeiro de covid, minha família sentiu muito, é uma coisa muito dolorida a gente ouvir isso do senhor, para quem perdeu um ente querido. Eu recomendo, vossa excelência, Deus lhe deu tudo que um homem pode querer, sucesso, família, mas não tenha dúvida que essa forma como o senhor fala machuca muito quem perdeu pessoas. Eu peço a mesa que recorra da decisão do ministro Barroso em relação ao HC concedido a vossa excelência", afirmou Aziz.

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O vídeo exibido por Randolfe é o mesmo em que Wizard faz uma "homenagem" ao prefeito da cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, que teria assumido compromisso com a população da cidade, de que ninguém iria morrer vítima da covid-19 em razão do uso do tratamento precoce.

"(O prefeito) preparou um kit, com primeiros sintomas da doença, (paciente) recebe o tratamento, e sabe o que acontece? Ninguém morreu de covid-19 na cidade de Porto Feliz. O Ministério da Saúde indica que teve cinco óbitos de covid. De fato teve cinco óbitos. Mas sabe quem são os cinco óbitos? aqueles que ficaram em casa, que não foram em busca do tratamento precoce", afirmou o empresário na ocasião. "Iremos recorrer fazendo um apelo ao ministro, para que possamos dar com essa fala do senhor de exemplo, não pode ficar impune, isso não pode ficar impune, em nome de 516 mil vidas, não pode rir disso", reagiu o presidente da CPI.

Durante o debate, Aziz protagonizou mais uma troca de farpas com o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), que chamou a comissão de "CPI do Circo". " Vossa excelência é o maior palhaço que tem aqui", rebateu Aziz. "E vossa excelência é o chefe do circo", respondeu Marcos Rogério.

Confusão com Toron

Figura conhecida pela defesa de célebres investigados pela Operação Lava Jato perante o STF) o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron quase foi retirado da sala da CPI da Covid pela Polícia Legislativa. Enquanto o empresário Carlos Wizard usa a decisão do STF para ficar em silêncio, seu advogado protagonizou com o senador Otto Alencar (PSD-BA) um bate-boca que esquentou o clima na sessão.

A calmaria desandou quando Toron classificou como "covardia" uma atitude de Alencar, que presidia a sessão naquele momento, ao fazer uma referência ao advogado e não deixá-lo rebater. "Está muito corado (Toron, que permanece ao lado de Wizard durante a oitiva), parece que tomou banho de mar, está vermelho, e o senhor, seu Carlos, amarelou aqui", disse o senador em alusão ao fato de Wizard não responder às perguntas dos integrantes da CPI.

"Vossa excelência está absolutamente enganado, não tomei banho de sol, nem de mar, e vossa excelência está errado...", respondeu Toron, que foi interrompido por Otto. "Não dei a palavra ao senhor, só fiz uma comparação", rebateu o senador. "Vossa excelência se referiu a mim e não quer que eu responda, isso é de uma covardia, senador", afirmou o advogado.

O uso da palavra "covardia" por Toron irritou Otto Alencar, que pediu então que a Polícia Legislativa retirasse o advogado da comissão. "O senhor não pode me chamar de covarde. Vou mandar retirá-lo, chama a Polícia Legislativa, manda tirar daqui", exclamou.

Experiente na tribuna da Suprema Corte, Toron tentou apaziguar a situação e depois classificou o episódio como um "mal-entendido". "Vossa excelência se referiu a mim de forma jocosa, de forma a me colocar em ridículo. Quando quis responder, não me permitiu, eu disse que essa atitude é de uma covardia. Eu tenho respeito por vossa excelência (Otto Alencar)", afirmou o advogado, que até então era uma figura desconhecida do senador.

Toron fez questão de dizer que conhece "muitos senadores" e advoga para vários conhecidos de Alencar. "Tenho maior respeito por todos, eu advogado para muita gente que vossa excelência seguramente conhece, de vários partidos. O meu objetivo aqui é calado acompanhar, mas vossa excelência se referiu a mim", disse o advogado, que defendeu o ex-senador e hoje deputado Aécio Neves (PSDB-MG) das acusações de corrupção passiva e obstrução à Justiça no caso JBS.

Outro caso emblemático da Lava Jato em que Toron atuou como advogado de defesa foi do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. Em 2019, a Segunda Turma do STF derrubou uma decisão do ex-juiz federal Sergio Moro que, em março de 2018, condenou Bendine a 11 anos de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Foi a primeira vez que o Supremo anulou uma condenação de Moro. A tese de defesa, que tinha Toron como um dos advogados, foi de que havia ilegalidade no processo de Bendine, porque ele foi obrigado por Moro a entregar seus memoriais (uma peça de defesa) ao mesmo tempo que delatores da Odebrecht apresentaram acusações contra sua pessoa.

Em sua fala inicial na CPI da Covid, o empresário Carlos Wizard negou que tenha participado ou tenha conhecimento do chamado "gabinete paralelo" de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro em assuntos da pandemia. Ele afirmou também que nunca fez "qualquer movimento" para a compra de medicamentos para enfrentamento à Covid-19 ou financiamento de comunicação sobre o tema. Logo após as afirmações, Wizard comunicou aos senadores que, com amparo na decisão do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ficará em silêncio durante o resto da oitiva.

"A minha disposição de servir o País, combater a pandemia e salvar vidas faz com que seja acusado de pertencer a um suposto gabinete paralelo, afirmo que jamais tomei conhecimento de qualquer governo paralelo. Se porventura esse gabinete paralelo existiu, eu mais tomei conhecimento ou tenho informação a respeito. Jamais foi convocado, abordado, para participar de qualquer gabinete paralelo, é mais a pura expressão da verdade", afirmou Wizard, que alegou ainda não ter tido qualquer encontro particular com o presidente Jair Bolsonaro.

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Sobre o tratamento precoce, que não tem eficácia comprovada para tratar a Covid-19, Wizard alegou que, no início da pandemia, havia uma "compreensão sobre o uso de alguns medicamentos", mas que com o passar do tempo e aprofundamentos dos estudos, hoje existem "posições contrárias" a esse método. "Atualmente há posições contrárias ao tratamento preconizado no passado, a despeito da conduta médica adotada, a ciência compra que a vacinação é elemento essencial para controle da pandemia, sempre apoie a imunização, a ponto de querer doar vacinas ao povo brasileiro", disse.

Ele negou também que tenha participado de tratativas de aquisição da vacina Convidecia, do Laboratório CanSino. "A imunização de rebanho é outro tema que escapa aos domínios do meu conhecimento. Esclareço por fim que não fiz qualquer movimento para compra de medicamentos para combate da Covid-19 e nem tampouco financiei qualquer espécie de comunicação nesse sentido, inclusive a empresa Belcher em nota pública declara expressamente não ter qualquer vínculo de minha parte na tratativa da aquisição das vacinas Convidecia", afirmou o empresário.

Logo após essas afirmativas, Wizard comunicou aos senadores que ficará em silêncio. "Por fim, feitos esclarecimentos, por orientação dos meus advogados e em conformidade doravante vou permanecer em silêncio", disse.

'Quem não deve, não teme'

A líder da bancada do PSOL na Câmara, a deputada Talíria Petrone (RJ), criticou, no Twitter, a postura de Carlos Wizard em depoimento à CPI da Covid. O empresário utiliza do direito a silêncio e nega responder as perguntas feitas. "Quem não deve, não teme", avaliou Talíria.

Wizard chegou ao Senado carregando um cartaz com um versículo do Velho Testamento, Isaías 41:10. O versículo diz: "Não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa". Em fala inicial à comissão, o empresário negou a existência do "gabinete paralelo" e financiamento a remédios.

"Carlos Wizard, o bilionário fundamentalista religioso, mente na #CPIdaCovid e usa de uma suposta fé para se blindar", repudiou a deputada no Twitter.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o empresário Carlos Wizard e o ex-assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro, Arthur Weintraub, estão fazendo "turismo de impunidade" ao não comparecer para prestar depoimento no colegiado. Os dois estão fora do Brasil e foram convocados para esclarecer participação no chamado "gabinete paralelo" que assessorou o chefe do Planalto na pandemia.

Carlos Wizard pediu para ser ouvido virtualmente, solicitação negada pela CPI. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu acionar a Justiça para a condução coercitiva e a apreensão do passaporte de Wizard quando este estiver em território nacional. Wizard informou que viajou aos Estados Unidos para acompanhar o tratamento médico de um familiar.

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"O que eles estão fazendo, porque têm dinheiro, é uma espécie de turismo de impunidade" disse o relator em coletiva de imprensa. "Viajam para o exterior para driblar o prazo da CPI. Isso evidentemente põe obstáculos no caminho da investigação e nós não vamos concordar que essas coisas aconteçam."

Renan Calheiros afirmou que mais da metade dos fatos investigados pela CPI já estão comprovados. Nesta sexta-feira, ele apresentou uma lista com 14 pessoas que se tornaram oficialmente investigadas. Na mesma coletiva de imprensa, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), declarou que o relatório de Renan, quando for apresentado, será "blindado" e que aqueles que defendem Bolsonaro serão "abandonados".

O prazo de funcionamento da CPI termina no final de julho. A intenção da cúpula da comissão é que não haja recesso para que o período seja cumprido sem prorrogação. A próxima fase da investigação, disse Randolfe, envolverá as suspeitas de desvios na saúde do Rio de Janeiro. Para ele, há um "acumpliciamento criminoso" entre agentes privados e públicos na pandemia.

A CPI fará uma sessão secreta com o governador cassado do Rio Wilson Witzel. A inclusão de governadores como investigados, reforçou o relator, dependerá de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos bastidores, a avaliação é de que o Judiciário não dará aval para o Senado investigar os chefes de Executivos estaduais.

Queiroga

Renan Calheiros também afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, "mentiu muito" ao prestar depoimento no colegiado. Queiroga e outras 13 pessoas foram oficialmente classificadas como investigadas pela CPI.

Documentos enviados pelo Itamaraty à CPI mostram que o ministro da Saúde "tentou vender o tratamento precoce e a cloroquina" em conversa com a Organização Mundial de Saúde, de acordo com o relator. Na CPI, ele afirmou que o tratamento precoce não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

"Ele finge que é ministro, defende o uso de máscara e o presidente diz que ele estará obrigado a fazer um decreto minimizando o uso de máscara. Defende autonomia concorrente dos Estados e o presidente da República entra, com a participação dele, contra essa autonomia concorrente", afirmou o relator da CPI da Covid, na coletiva.

Renan classificou como irresponsável as declarações de Jair Bolsonaro nas redes sociais reforçando a tese de imunidade de rebanho. "Ele continua induzindo as pessoas a não se vacinarem. Continua, dessa forma, matando pessoas", disse o relator.

A CPI resolveu convocar representantes do Facebook e Youtube após Bolsonaro declarar, em transmissão ao vivo, que a infecção por covid é mais eficiente do que a vacina. Os senadores querem que as plataformas tomem providências para banir a veiculação desse tipo de conteúdo.

Para Renan Calheiros, Bolsonaro continua induzindo pessoas à morte com respaldo do ministro da Saúde. "Ele (Queiroga) vai ter que ser investigado para que ele entenda que precisa parar com essa loucura, que ele não pode continuar, a pretexto do cargo que ocupa, fazer essas atrocidades ou concordar com as atrocidades que são feitas diariamente pelo presidente da República."

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recebeu o empresário Carlos Wizard nesta sexta-feira, 26, para discutir a venda de vacinas contra covid-19 ao setor privado. A reunião não consta na agenda de Queiroga, que está "sem compromissos oficiais".

Wizard disse ao Estadão que foi pedir apoio para que o setor privado compre vacinas sem ter de doar todo o volume ao Sistema Único de Saúde (SUS). "Queiroga disse que vai fazer qualquer empenho, esforço e articulação necessários para conseguir o amparo jurídico que o setor precisa", afirmou o empresário. Ele faz parte de um consórcio de empresas interessadas em adquirir 10 milhões de imunizantes.

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A proposta do grupo é doar metade das doses à rede pública, em vez de todo o lote. Wizard também lançou um abaixo-assinado para pressionar pelo aval a estas compras fora do SUS.

Segundo lei aprovada neste mês, todas as doses compradas pela iniciativa privada devem ser doadas à rede pública enquanto grupos de risco são imunizados. Depois de superada essa fase da campanha de imunização, metade ainda tem de ser entregue.

Nesta quinta-feira, 25, no entanto, a Justiça Federal no Distrito Federal concedeu liminar para permitir que todo o volume comprado fique com a iniciativa privada, mesmo sem todos do grupo prioritário terem sido vacinados na rede pública. A decisão é provisória e ainda deve ser avaliada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

Wizard disse que teve reuniões na quinta-feira, 25, para defender a compra das vacinas com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O empresário também se encontrou com os ministros Paulo Guedes (Economia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). O empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, acompanhou as agendas de Wizard. Hang também esteve ontem na Saúde, mas foi recebido por auxiliares de Queiroga, que estava viajando.

Segundo Wizard, o ministro da Economia defendeu a compra pelo setor privado. "Ele é 100% favorável."

Ex-proprietário de escola de inglês que leva seu nome e fundador do grupo Sforza, que tem investimentos em franquias como Taco Bell Brasil e Mundo Verde, Wizard chegou a anunciar que assumiria a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, no ano passado, mas foi barrado pelo presidente Jair Bolsonaro. O empresário, porém, seguiu atuando nos bastidores da pasta no apoio a bandeiras como o uso de medicamentos sem eficácia contra a covid-19, como a cloroquina.

Wizard afirma que o grupo de empresários já abriu negociação para a compra das doses, mas não quis revelar quais marcas podem ser adquiridas. As principais farmacêuticas têm dito que não têm doses para o setor privado, prefeitos e governadores, pois toda a produção estaria comprometida com governos centrais. Em fevereiro, Wizard disse ao Estadão que "em seis meses vai ter vacina sobrando no mercado, o preço vai cair".

Wizard afirmou ainda que tanto Lira como Pacheco entenderam que a lei que obriga a entrega das doses ao SUS "não beneficia ninguém". O presidente do Senado, porém, posicionou-se na quinta-feira, 25, contra a possibilidade de empresas anteciparem a imunização de seus funcionários. Ele comentava sobre a vacinação de empresários do ramo de transportes em Minas Gerais, descumprindo o Plano Nacional de Imunização (PNI). "Não podemos admitir e tolerar que se descumpra o PNI. O entendimento do Congresso foi de que na edição da lei houvesse possibilidade de aquisição pela iniciativa privada para doação de sua integralidade para o SUS. Não se pode descumprir essa lei e essa diretriz", afirmou.

Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou.

Antes de o empresário Carlos Wizard desistir de assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde no domingo (7), o presidente Jair Bolsonaro já havia solicitado ao "seu sistema de informação particular" que averiguasse a vida pregressa do bilionário. O chefe do Executivo não chegou a vetar a nomeação do empresário, mas ficou irritado com a sequência de entrevistas de Wizard à imprensa e principalmente com a suposta ligação do empresário com o governador de São Paulo, João Doria, seu adversário político.

Para interlocutores do presidente, Wizard se antecipou a uma possível demissão ao deixar de atuar como conselheiro do Ministério da Saúde e recusar o cargo no Executivo. A posse dele estava prevista para segunda-feira (8). No mesmo dia, ele esteve no local para se despedir.

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No dia 13 de abril, o empresário elogiou as ações de Doria no enfrentamento à pandemia do coronavírus. "O Brasil precisa de um gestor como o governador de São Paulo, João Doria", escreveu na ocasião.

Esta mensagem foi repassada a Bolsonaro junto com outras que evidenciavam a proximidade de Wizard com seu adversário político. O empresário chegou a se filiar ao PSDB a pedido de Doria, mas depois se desligou. O presidente então pediu mais dados antes de decidir tirá-lo do governo.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o sistema de inteligência particular do presidente tem policiais, agentes dos serviços de inteligência e aliados. Ainda de madrugada, Bolsonaro costuma selecionar informações recebidas no WhatsApp entre aquelas que precisam ser "checadas" por seus assessores ou "cobradas" às respectivas áreas. O caso Wizard entrou na lista de prioridades de checagem.

Outro motivo que colocou Wizard na berlinda foi sequência de entrevistas dadas à imprensa antes mesmo de assumir o cargo no governo. Ao jornal O Globo, na sexta-feira (5), afirmou que os dados de mortos eram "fantasiosos" e que governos estaduais e municípios estariam inflando os números para receber mais recursos do governo federal.

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, teve de atuar como bombeiro. Ele telefonou no domingo para representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para amenizar o estrago causado pelo empresário.

O Conass havia reagido ao que disse Wizard. Em nota, o presidente da entidade, Alberto Beltrame, disse que as acusações eram "levianas" e que o governo tentava invisibilizar mortos pelo coronavírus. "Não prosperará. Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação", completou.

Apesar da guinada no discurso sobre a Covid-19 do Ministério da Saúde desde a saída do oncologista Nelson Teich, secretários de Estados e municípios dizem ter melhor relação com Pazuello. Como não há mais esperança de que o ministério lidere a estratégia de combate a Covid-19, o que gestores locais argumentam é que o general, ao menos, é mais pró-ativo para discutir a liberação de recursos e insumos.

Na noite de domingo, Wizard, por meio de nota, informou que não atuaria mais na pasta. "Informo que hoje (7/junho) deixo de atuar como Conselheiro do Ministério da Saúde, na condição pro bono. Além disso, recebi o convite para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Agradeço ao ministro Eduardo Pazuello pela confiança, porém decidi não aceitar para continuar me dedicando de forma solidária e independente aos trabalhos sociais que iniciei em 2018 em Roraima", declarou Wizard.

O empresário lamentou as declarações que deu nos últimos dias, sobre o plano de recontar os mortos pela Covid-19, porque haveria irregularidades nas informações. "Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas da covid-19 ou profissionais de saúde que assumiram a nobre missão de salvar vidas", afirmou, na nota.

A entrada de Wizard no Ministério da Saúde foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 2 de junho. Dono da Mundo Verde, a maior rede de varejo de alimentos orgânicos do País, e de marcas como KFC e Pizza Hut no Brasil, o empresário atuava como conselheiro de Assuntos Estratégicos no ministério. O bilionário e o ministro interino da Saúde trabalharam juntos na "Operação Acolhida", que ajuda venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil.

Procurado, Carlos Wizard não quis comentar sobre o pedido de averiguação feito pelo presidente Bolsonaro nem sobre suas relações com Doria. O governador de São Paulo não retornou ao contato da reportagem.

O empresário curitibano Carlos Wizard Martins estará no Recife na próxima sexta-feira (10), quando receberá o título de cidadão recifense na Câmara de Vereadores às 15h e realizará uma palestra gratuita sobre o caminho de sucesso financeiro que o levou à lista de bilionários da revista Forbes. A palestra será às realizada no Teatro Guararapes, às 20h30, com entrada gratuita, e é voltada a estudantes, empreendedores, executivos e pessoas que querem iniciar o próprio negócio.

O empresário fundou a rede de ensino de idiomas Wizard em 1987 e a vendeu no ano de 2013 à empresa britânica Pearson por R$ 2 bilhões. Hoje, ele é dono de sete empresas, entre elas a rede de lojas de produtos naturais Mundo Verde, a rede de fast food Taco Bell, as marcas Topper e Rainha, a Hub Prepaid, que atua em meios de pagamento pré-pagos, WiseUp e Aloha, sua nova empresa de óleos essenciais, cosméticos e superalimentos que será apresentada durante o evento no Recife.

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A Faculdade Estácio do Recife realizará, nesta sexta-feira (31), o I Fest Gestão. O evento, que acontece das 18h30 às 22h, é voltado para alunos e profissionais da área de gestão. O encontro tem parceria como o  Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o Papo de Universitário, o Wizard e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

O evento, que é voltado para profissionais de administração, logística, recursos humanos e marketing, têm como proposta de debater de forma dinâmica os desafios e oportunidades da área. Além disso serão realizadas oficinas de criação de produtos, orientações, participação de processos seletivos e aplicação de testes de personalidade.

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Empresas como a IBL Logística, a Nutrihouse, o Grupo Trino, a Minami – Escola de Música e Tecnologia, a Capricche, CSV Cursos e Consultoria e a Editora Atlas participarão do encontro. Mais informações no site da Estácio.

 

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