Tópicos | Who is America?

Um legislador do sul dos Estados Unidos anunciou sua renúncia depois de mostrar suas nádegas e proferir insultos racistas na nova série de televisão do comediante britânico Sacha Baron Cohen.

Jason Spencer, um congressista republicano do estado da Geórgia, é a primeira vítima política do criador de "Borat", que denuncia os medos e os excessos da sociedade americana em sua série de sete capítulos "Who is America?", exibida pelo canal Showtime.

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Spencer estava no olho do furacão desde domingo, quando foi exibido o segundo episódio do programa em que aparece ao lado de Sacha Baron Cohen caracterizado como Erran Morad, um falso especialista israelense na luta contra o terrorismo que ensina ações "essenciais" para sair ileso de uma tomada de reféns.

Em uma sequência, lança insultos racistas para impressionar um sequestrador e abaixa as calças para mostrar suas nádegas a um "terrorista islâmico", uma técnica que tenta afugentar o agressor por medo de se tornar homossexual.

A sequência de cinco minutos provocou rebuliço na Geórgia e os pedidos de renúncia se multiplicaram. Spencer, de 43 anos, finalmente anunciou que deixaria a Câmara em 31 de julho. Ele já havia perdido uma eleição primária em maio, mas poderia permanecer no cargo até depois das eleições legislativas de novembro.

Até terça-feira à noite, quando anunciou sua decisão ao presidente da Câmara, Spencer tinha simplesmente pedido desculpas por sua atitude, atribuindo sua reação ao pânico.

Cohen "se aproveitou do meu medo paralisante de que minha família seja atacada", declarou Spencer ao Washington Post.

Ele acrescentou que recebeu ameaças de morte em 2016 depois de apresentar um projeto de lei para proibir que as muçulmanas usassem burca em público, finalmente rejeitado.

Outros políticos foram alvo de Baron Cohen, como a ex-candidata republicana à vice-presidente Sarah Palin, que denunciou seus métodos e seu humor "perverso".

No primeiro episódio o suposto especialista israelense Morad conseguiu gravar dois congressistas republicanos apoiando seu falso programa "Kinder-guardians" para treinar crianças no manejo de armas de fogo.

O comediante e humorista britânico Sacha Baron Cohen retorna aos Estados Unidos, doze anos depois de seu filme "Borat" fazer sucesso nos cinemas, em um novo programa, que começou causando polêmica.

O primeiro dos sete episódios previstos de "Who is America?" foi transmitido no domingo (15) pelo canal a cabo americano Showtime.

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Famoso por sua galeria de personagens, que vão do atrapalhado cazaque Borat ao apresentador de tv rapper Ali G, passando pelo homossexual austríaco Bruno, Sacha Baron Cohen construiu sua fama surpreendendo com pegadinhas anônimos ou celebridades.

Criando situações que muitas vezes flertam com o absurdo, ele evoca as falhas de nossa sociedade e denuncia os excessos.

Baron retoma esse princípio em seu novo programa, que já provocou escândalo mesmo antes da sua primeira transmissão.

A ex-candidata republicana à vice-presidente dos Estados Unidos, Sarah Palin, vítima de uma farsa do comediante, denunciou seus métodos e seu humor "perverso".

Ela explicou que foi convidada a Washington para dialogar com um veterano de guerra em cadeira de rodas, que, na verdade, era Sacha Baron Cohen.

A ex-governadora do Alasca repreendeu o produtor e roteirista por ter, nesta ocasião, "zombado daqueles que lutaram e serviram o nosso país".

A sequência não foi transmitida no primeiro episódio de "Who is America?", onde ele aborda o ex-candidato às primárias democratas Bernie Sanders.

O senador socialista responde, pacientemente, às perguntas de um homem que supostamente sofre de doenças crônicas e sai ileso da entrevista.

O golpe de brilhantismo desta primeira exibição acontece ao final do programa, quando Sacha Baron Cohen, sob o disfarce de um falso especialista em contraterrorismo israelense, Erran Morad, consegue fazer com que dois legisladores republicanos da Câmara dos Deputados escrevessem uma mensagem apoiando seu falso programa de treinamento de crianças em idade escolar no uso de armas.

"Nossos pais fundadores não definiram um limite de idade para a Segunda Emenda" à Constituição dos Estados Unidos, que permite a posse de uma arma, explica o republicano Joe Wilson, argumentando que "uma criança de três anos de idade deve ser capaz de se defender sozinha, se necessário".

O programa foi amplamente aclamado pela crítica, bem como por vários apresentadores e comediantes.

Judd Apatow, diretor de sucessos como "Ligeiramente grávidos" e "O Virgem de 40 anos", achou "incrivelmente engraçado" em uma mensagem postada no Twitter.

Já o diretor de "Corra!", Jordan Peele, foi mais enfáticou e considerou o novo programa de Sacha Baron Cohen uma obra "essencial".

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