Tópicos | Wadih Damous

O ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ), integrante do grupo de trabalho que cuida da segurança pública no governo de transição, afirmou que a ideia de recriar o Ministério da Segurança Pública, a partir do desmembramento da atual estrutura do Ministério da Justiça, é um "equívoco" e destacou que a área não pode ser tratada como uma "mercadoria". A ideia de retomar a pasta já foi citada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais de uma vez durante eventos com governadores durante a campanha eleitoral.

"Acho que é um equívoco desmembrar. Embora haja respeitáveis opiniões ao contrário que defendem o desmembramento, eu não consigo conceber a Justiça separada de Segurança Pública. Como se a Segurança Pública fosse um item, uma mercadoria que se negocia", declarou Damous ao chegar no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do governo de Transição.

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Cotado para ser ministro da Justiça, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) também tem pregado que as duas áreas fiquem na mesma pasta. Questionado sobre a possibilidade de Dino ser ministro, o ex-parlamentar petista afirmou que ele seria uma boa escolha. "É um quadro excepcional, um jurista, foi governador, sabe lidar com a polícia, é um quadro provado, um belíssimo nome para o Ministério da Justiça".

O Ministério da Segurança Pública existiu durante 2018, no último ano do então presidente Michel Temer (MDB). A pasta foi extinta quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu o governo em 2019. O presidente chegou a receber diversas pressões da Frente Parlamentar de Segurança Pública, conhecida como "bancada da bala", mas nunca chegou a retomar a pasta.

Conflitos

Como um dos motivos para que o ministério não seja recriado, Damous afirmou que pode acontecer conflito entre os dois ministros. "Digamos que desmembre, há políticas públicas com pontos de intersecção que pode haver contradição de condução. O ministro da Justiça que pensa de uma determinada maneira e um ministro da Segurança Pública que pensa de outra maneira. Nós sabemos que há pontos de intersecções. Por exemplo, na parte do sistema penitenciário é Segurança Pública ou Justiça? Não vejo sentido em desmembrar", disse.

De acordo com o ex-deputado, uma forma de atender parcialmente a pressão para um ministério exclusivo da área seria fortalecer ela internamente dentro da estrutura do Ministério da Justiça: "Acho que pode, já que há uma demanda no sentido de fortalecimento, de uma ênfase na questão da Segurança Pública, fortalecer dentro do Ministério da Justiça o setor que cuida da Segurança Pública, uma secretaria, um departamento".

O petista disse ainda que defende um "revogaço" dos decretos editados por Bolsonaro que flexibilizaram o acesso a armas de fogo e que estabeleceram sigilos de 100 em diversas informações.

Deputados do PT minimizaram nesta segunda-feira, 11, a aprovação do parecer pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara. O documento foi aprovado por 38 votos a favor e 27 contra.

Em discurso uníssono, petistas argumentaram que os 38 votos conseguidos pela oposição representam menos de 2/3 dos 65 parlamentares que votaram no colegiado, o que indica que opositores terão dificuldade para aprovar o impeachment no plenário.

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"O resultado com menos de 2/3 dos membros representa uma derrota para os golpistas que defendem o impeachment", afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florense (BA), logo após a votação.

"Foi uma vitória aparente. Eles não conseguiram os 2/3 que vão precisar no plenário", afirmou o deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ. "Hoje eles irem, amanhã eles choram", emendou o parlamentar.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), por sua vez, ressaltou que os 27 votos que o governo conseguiu na comissão foi uma importante sinalização, porque mostrou que o governo tem condições de reunir pelo menos 40% dos votos a seu favor.

"Essa proporção não garante o impeachment no plenário", afirmou Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ele previu que, no plenário, será mais fácil para o governo, pois é menos "controlado" do que a comissão especial.

O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados Brasil (OAB), Wadih Damous, disse nesta segunda-feira (18) que a prisão do ex-presidente do PT José Genoino, em regime fechado, é ilegal. Genoino apresentou-se à Polícia Federal no sábado (16), em São Paulo, e foi transferido para a Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele foi condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, a uma pena inicial de quatro anos e oito meses de prisão em regime semiaberto.

Segundo o presidente, a manutenção de Genoino no regime fechado configura “uma ilegalidade e uma arbitrariedade”. “É sempre bom lembrar que a prisão de condenados judiciais deve ser feita com respeito à dignidade da pessoa humana e não servir de objeto de espetacularização midiática e nem para linchamentos morais descabidos”, observou Damous.

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A defesa do ex-presidente do PT pediu ontem (17) ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que a pena de Genoino seja cumprida em casa. Ele teve uma crime de hipertensão durante o voo que fez a transferência para Brasília de 11 condenados no processo do mensalão e foi atendido por um médico particular quando chegou à Papuda. Em julho, Genoino passou por uma cirurgia para dissecção da aorta. O pedido de prisão domiciliar foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para parecer do procurador-geral, Rodrigo Janot.

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