Um novo regulamento entrou em vigor na China, nesta terça-feira (10), para controlar os vídeos "deepfakes". Cada vez mais realistas, estes clipes manipulados representam um desafio na luta contra a desinformação.
Os "deepfakes", ou "ultrafakes", são vídeos especificamente manipulados, nos quais o rosto de uma pessoa pode ser substituído pelo de outra, ou em que declarações podem ser falsificadas com um resultado ultrarrealista.
Hoje, essa técnica de Inteligência Artificial é muito usada nas redes sociais, onde se vê muitos vídeos com fins humorísticos.
Os "'deepfakes' também foram usados por pessoas inescrupulosas [...] para espalhar informação ilegal [...], difamar e destruir a reputação dos outros, se passar por outra pessoa para cometer fraudes", declarou a Administração cibernética da China.
Eles representam um "perigo para segurança nacional e para a estabilidade social" se não forem controlados, disse a organização de controle da Internet no mês passado.
As novas regras exigem que as empresas que oferecem serviços "deepfake" na China solicitem a identidade real de seus usuários e a torne obrigatória quando forem vídeos manipulados, para evitar "qualquer confusão".
A China está na vanguarda da regulamentação de novas tecnologias. Algumas delas são vistas como uma ameaça potencial à estabilidade, ou ao poder do Partido Comunista.
No ano passado, vários gigantes digitais chineses foram forçados a entregar detalhes de seus algoritmos às autoridades, uma medida nunca feita antes.
Os algoritmos funcionam como cérebro de muitos aplicativos e serviços na Internet, um segredo muito bem guardado pelas grandes empresas digitais.