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O possível envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em irregularidades investigadas pelas operações Lava Jato e Zelotes, da Polícia Federal, tem ampliado a descrença da população quanto à honestidade do petista. No Recife, um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) constatou que 65,5% da população não acredita que o líder do PT é honesto, enquanto 26,8% dizem que sim. 

A amostra, divulgada nesta segunda-feira (22), foi encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio. De acordo com os dados da pesquisa, 77,5% dos entrevistados têm conhecimento das denúncias contra o ex-presidente e 17,8% não ouviram falar sobre o assunto. 

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Uma série de acusações pesa sobre o petista, entre elas, a provável participação dele na venda de Medidas Provisórias (MP), editadas durante o seu governo, para conceder benefícios fiscais a montadoras de veículos por R$ 2,5 milhões; além da compra de um tríplex no Guarujá, reformado pela empresa OAS – uma das empreiteiras envolvidas nas fraudes em contratos da Petrobras; e da reforma do Sítio Atibaia, feita pela Odebrecht, também investigada na Lava Jato.  

Indagados se acreditavam ou não nessas denúncias 68% dos entrevistados pelo IPMN disseram que sim, enquanto 24,7% apontaram que não e 7,3% não souberam responder. Aos que disseram ter ouvido falar, o Instituto questionou sobre qual denúncia mais teria chamado a atenção deles. Questões ligadas às fraudes na Petrobras e outros meios de lavagem de dinheiro foram as mais citadas espontaneamente pelos entrevistados, 9,8% cada; desvio de verbas (9,3%), o caso do triplex no Guarujá (8,1%), a reforma do sítio Atibaia (6,4%) e o tráfico de influência com a empresa Odebrecht (5,8%) também foram citados. 

Apesar da descrença da população, a gama de acusações envolvendo o ex-presidente tem dividido os setores políticos. Para os aliados, a divulgação de casos que possam ter a participação de Lula é uma investida da oposição para enfraquecer o retorno do petista na corrida eleitoral em 2018. Já os oposicionistas acreditam ser este o momento oportuno para mostrar ao país o que eles chamam de “a verdadeira face de Lula”. 

Sob a ótica do cientista político e coordenador do IPMN, Adriano Oliveira, as acusações podem pesar contra o ex-presidente eleitoralmente. “Lula precisa torcer para que as denúncias cessem e no momento oportuno, que eu acredito já ser agora, explicar que todas elas, se são verdadeiras ou inverídicas. Ele precisa quebrar o silêncio e se explicar para a população”, recomendou o estudioso.

Dados da pesquisa

A pesquisa do IPMN ouviu 624 pessoas no Recife, nos dias 15 e 16 de fevereiro. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

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