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ODILO SCHERER -- Brasileiro, 63 anos, de origem alemã, arcebispo de São Paulo, a maior diocese da América Latina e com o maior número de católicos no mundo: seis milhões. Poliglota, afável e com carisma. Especialmente sensível aos problemas sociais e ao mesmo tempo muito conservador em matéria dogmática. Cardeal desde 2007, conhece muito bem a Cúria Romana, onde desempenhou diferentes funções. Foi membro da Congregação para o Clero, do Conselho Pontifício para a Família e a Nova Evangelização e membro da comissão de vigilância do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do Vaticano, tendo sido criticado por sua gestão pouco transparente.

JOSÉ FRANCISCO ROBLES -- Mexicano, 64 anos, com longa experiência pastoral em seu país, foi nomeado cardeal em novembro do ano passado. Natural do segundo país do mundo em número de fiéis católicos, atrás do Brasil. Luta pela paz em meio à violência do narcotráfico. É conhecido por seus dotes diplomáticos.

ANGELO SCOLA -- Arcebispo de Milão, 72 anos. Teólogo renomado. De personalidade séria e enérgica. Grande promotor do diálogo com os países muçulmanos através da revista Oasis. Com grande experiência pastoral, foi patriarca de Veneza, por onde passaram cinco Papas italianos, entre eles João XXIII. Considerado o discípulo mais famoso de Joseph Ratzinger (Bento XVI), pertenceu ao influente e controverso movimento italiano de centro-direita Comunhão e Libertação, do qual se afastou nos últimos anos.

PETER ERDÖ -- Húngaro, 60 anos, arcebispo de Esztergom-Budapeste e primado da Hungria, foi durante muito tempo o cardeal mais jovem da Europa. Recebeu o título de cardeal em 2003 e desde 2006 preside a Conferência Episcopal Europeia. É muito ativo na chamada nova evangelização, que luta contra a secularização em defesa do diálogo interreligioso, particularmente com o judaísmo.

CHRISTOPH SCHÖNBORN -- Austríaco, 68 anos. Arcebispo de Viena. Pertence à Ordem dos Pregadores (Dominicanos). Foi aluno do então professor de teologia Joseph Ratzinger em Ratisbona (Alemanha). Em 2010 surpreendeu ao solicitar "a abertura do debate" sobre o celibato dos padres. Especialista em gestão de conflitos, dispõe de elegância e simpatia inatas. Este "príncipe da Igreja" pertence a uma família aristocrática.

LUIS ANTONIO TAGLE -- Filipino, arcebispo de Manila, de 55 anos. Um dos mais jovens do Colégio Cardinalício. Admirado por Bento XVI, é muito popular em seu país, o mais católico da Ásia, um continente dominado pelo hinduísmo, pelo islamismo e pelo budismo, mas onde o catolicismo está em alta. É considerado um progressista moderado, capaz de manter o equilíbrio com as doutrinas conservadoras. Além de estar distante dos centros de poder, sua juventude e sua recente indicação como cardeal (em novembro passado) podem ser um obstáculo para sua eleição ao trono de Pedro.

MARC OUELLET -- Canadense, ex-arcebispo de Québec, de 68 anos, apontado como "o cardeal de ferro" por seu rigor à frente de uma das dioceses mais laicas de seu país. Preside a Pontifícia Comissão para a América Latina, é admirado pelos países do hemisfério sul, sobretudo pelos latino-americanos, já que trabalhou durante onze anos na Colômbia. Poliglota, erudito, é o prefeito da Congregação para os Bispos e influi nas nomeações dos bispos em todo o mundo.

TIMOTHY DOLAN -- Americano, arcebispo de Nova York, de 63 anos, conhecido por seus talentos midiáticos, por sua franqueza e ironia. É considerado um "conservador criativo". Representa o poder da igreja americana. Moderno nas formas, mas tradicional na prática, não está disposto a negociar os valores tradicionais, mas deseja debater os assuntos com o mundo não crente e nos meios de comunicação. Sensível e ao mesmo tempo firme. Lidou com transparência com os escândalos de abusos sexuais que sacudiram a Igreja dos Estados Unidos.

PETER TURKSON - Ganês, de 64 anos, presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz. Considerado progressista, mas polêmico por suas recentes críticas aos muçulmanos. Possui uma sólida formação teológica e fala, além do fante, seu idioma materno, inglês, francês, italiano, alemão e hebraico fluentemente, além de ter amplos conhecimentos de latim e grego. É considerado um bom diplomata. Participou na tentativa de solução da crise política de 2010-2011 na Costa do Marfim e interveio para evitar a violência em seu próprio país após acirradas eleições.

WILFRID NAPIER - Sul-africano, de 73 anos, defensor dos dogmas e adepto das redes sociais. Arcebispo de Durban desde 1992 e cardeal desde 2001. Quando jovem estudou na Irlanda, onde se graduou em Latim e Língua Inglesa. Pertence à ordem franciscana. Alinhou-se as diretrizes vaticanas sobre o uso de anticonceptivos e de luta contra a Aids. Argumentou que a distribuição gratuita de preservativos não era efetiva para conter a epidemia e propôs campanhas a favor da abstinência sexual.

A data do conclave para a eleição do sucessor de Bento XVI "não foi fixada", indicou nesta quinta-feira o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

"Ainda não foi fixada a data do conclave", declarou sorridente o religioso durante a conversa diária com a imprensa.

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"Quero desmentir também as notícias que anunciam que será realizada uma missa na próxima segunda-feira em São Pedro como início do conclave", acrescentou.

Lombardi explicou que os sacerdotes podem celebrar missas e orar nas igrejas pelo início do conclave.

Mais de 150 cardeais se reúnem desde segunda-feira no Vaticano a portas fechadas para preparar o conclave e definir o perfil do Papa que deverá suceder Bento XVI, que renunciou há uma semana ao seu cargo.

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