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Um grupo de 80 organizações, lideradas pelo criador da World Wide Web, Tim Berners-Lee, divulgou proposta de novo contrato para a internet, com o objetivo de servir como guia para a formulação de medidas e políticas públicas relacionadas ao ambiente online. Governos, empresas e entidades da sociedade civil são convidadas a endossar o documento, disponível em um site específico.

A iniciativa surge em meio a críticas acerca de malefícios associados ao mundo virtual, da difusão de notícias falsas e discurso de ódio ao abuso no tratamento dos dados e falta de segurança, com vazamentos e crimes cibernético. O propósito é que a internet seja acessível aos cidadãos e possa voltar a ser um espaço seguro para seus usuários.

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O documento é formado por um conjunto de princípios, materializados em metas a serem assumidas pelos diversos agentes. Para os governos, um dos compromissos é garantir que todos possam se conectar à internet. Entre as metas estão conectividade a 90% da população até 2030, assegurar que pacotes de 1 giga não custem mais de 2% da renda média em 2025 e 70% dos jovens com habilidades de lidar com tecnologias digitais até 2025.

Os autores sugerem políticas públicas de incentivo fiscal para estimular investimentos, compartilhamento de infraestrutura e medidas de acesso aberto nas grandes redes de atacado, além de autoridades regulatórias com poder para promover essas ações. Essas estratégias devem ser estruturadas em torno de planos nacionais de banda larga voltados a atender parcelas excluídas da população.

Direitos

Também dirigido aos governos está o princípio de respeito à privacidade e a direitos relacionados aos dados dos usuários. A concretização passa por leis disciplinando a coleta e o tratamento de dados, assegurando como base a obtenção do consentimento livre, informado, específico e não ambíguo. Tais normas devem trazer os direitos aos titulares de acessar suas informações, opor-se a um tratamento ou a uma decisão automatizada, corrigir registros e fazer a portabilidade para outros controladores.

A promoção desses direitos envolve também limitar o acesso a dados de pessoas por autoridades ao que é necessário e proporcional ao objetivo, ancoradas em leis claras, vinculadas a ações motivadas pelo interesse público e sujeitas à análise do Judiciário. O texto recomenda que os próprios órgãos públicos diminuam a coleta de dados dos cidadãos e fiscalizem essa prática pelas empresas, de modo a verificar se ela corresponde à legislação e é feita de forma transparente.

Inclusão

Para as empresas, o contrato inclui princípios como ofertar internet acessível, que não exclua ninguém de seu uso e construção. Esse compromisso está ligado à presença de serviços e ferramentas que atendam à diversidade da população, especialmente aos grupos mais marginalizados. É o caso da disponibilidade de recursos em diversas linguagens, inclusive de minorias étnicas.

Uma internet inclusiva envolve também um serviço com continuidade, o fomento a redes comunitárias, a proteção do princípio da neutralidade de rede (o tratamento não discriminatório dos pacotes que trafegam) e a preservação de velocidades equivalentes de download e upload, de modo que os usuários possam ser não somente consumidores mas produtores de informação.

Outro compromisso proposto às empresas é o de desenvolver tecnologias que promovam o bem-estar e combatam abusos, de modo a potencializar a web como bem público e colocar as pessoas no centro. Essas companhias devem considerar e serem acompanhadas sobre como suas inovações geram riscos e impactos ao meio ambiente ou promovem direitos humanos, equidade de gênero e os objetivos de desenvolvimento das Nações Unidas.

A efetivação da prática envolve, segundo os autores do contrato, a consideração da diversidade da sociedade por meio da criação de canais de escuta aos públicos usuários e atingidos por essas tecnologias. A representação de grupos diversos deve estar também na composição da força de trabalho empregada na produção desses equipamentos.

Cidadãos

Para os cidadãos, o contrato convoca à participação na web como criadores e colaboradores, construindo comunidades fortes e comprometidas com o respeito à dignidade humana, e não utilizando as tecnologias digitais para práticas nocivas, como abuso, assédio ou difusão de informação íntima que viole a privacidade dos indivíduos.

O documento conclama os cidadãos a lutar por uma internet mais democrática e empoderadora. A mobilização passa pelo alerta por ameaças contra a internet e seu emprego como instrumento que provoque danos por parte de governos, empresas ou grupos privados. Os agentes do setor devem olhar para o futuro da internet como um bem público e um direito básico, conclui o texto.

 

O criador da World Wide Web, Tim Berners-Lee, anunciou nesta segunda-feira, horário local, uma iniciativa global contra o mau uso da internet, apoiada por grupos como Microsoft e Google e governos como os da França e Alemanha.

Mais de 150 organizações, incluindo o Facebook, e milhares de particulares se uniram a este plano de ação, que fixou como meta "deter os abusos crescentes na rede", afirma a fundação do britânico em um comunicado divulgado em Berlim por ocasião de um fórum de governança da internet.

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Trata-se de um "plano de ação para construir uma internet melhor", estimou Tim Berners-Lee, citado no comunicado. "Os governos devem reforçar as leis e a regulamentação do mundo digital. Os grupos devem fazer mais para garantir que a busca pelo lucro não aconteça às custas dos direitos humanos e da democracia."

Os cidadãos devem proteger seus dados e "fomentar conversas equilibradas", assinalou Berners-Lee, referindo-se à perseguição na rede.

O pai da rede mundial de computadores, Tim Berners-Lee, disse que o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, pode consertar os problemas que permitiram o vazamento de dados de 50 milhões de usuários da rede social, mas advertiu que esta não será uma tarefa fácil.

Através de uma série de tuítes, o britânico disse que era provável que Zuckerberg se sentisse devastado pelo modo como o Facebook foi mal utilizado e abusado - e que às vezes ele sentia o mesmo sobre sua própria criação (a internet).

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"Você pode consertar isso. Não será fácil, mas se as empresas trabalharem com governos, ativistas, acadêmicos e usuários da web, podemos garantir que as plataformas sirvam à humanidade", aconselhou o britânico à Mark Zuckerberg.

Mas ele também disse que os usuários de internet que dependem de serviços gratuitos precisam se tornar mais instruídos sobre como seus dados são utilizados. "Preocupe-se com seus dados. Eles pertencem a você. Se cada um de nós dedicar um pouco do tempo que gastamos usando a web para lutar por ela, acho que ficaremos bem", complementou.

O Facebook sofre com o escândalo envolvendo a consultoria política britânica Cambridge Analytica, acusada por comprar metadados coletados de 50 milhões de usuários do Facebook para segmentar usuários americanos durante as eleições presidenciais de 2016.

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A propagação de notícias falsas. Esta é uma das maiores ameaças enfrentadas pela internet atualmente, de acordo com seu inventor, o britânico Tim Berners-Lee. Para marcar os 28 anos da criação da web, ele escreveu uma carta aberta discutindo as questões que ele avaliou como preocupantes.

Tim Berners-Lee acredita que é preciso lutar para que a internet cumpra seu verdadeiro potencial, como uma ferramenta que serve toda a humanidade. Segundo o criador, a facilidade com que as notícias falsas se espalham pela rede é um dos temas mais desafiadores.

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Ele diz que a maioria dos usuários se informam usando como fonte um punhado de redes sociais ou motores de buscas. Tais sites ganham mais dinheiro quando seus links estão em evidência e, por isso, exibem com mais frequência conteúdos que atraiam o maior número de pessoas.

"O resultado é que esses sites nos mostram conteúdo que acreditam que nós vamos querer clicar - o que significa que desinformação ou notícias falsas, que têm títulos surpreendentes, chocantes, criados para apelar aos nossos preconceitos, podem se espalhar como fogo", disse, na carta.

Para ele, esse é um problema complexo, mas existem alguns caminhos a serem seguidos. Um deles é incentivar grandes empresas como o Google e o Facebook a tomar a linha de frente nesta batalha. "Precisamos de mais transparência algorítmica para entender como importantes decisões que afetam nossas vidas estão sendo feitas, e talvez um conjunto de princípios comuns a serem seguidos", ressaltou.

Em sua carta, ele também abordou questões sobre o controle de dados pessoais. As pessoas estão entregando suas preciosas informações quando se inscrevem em sites, e isso tem preocupado Tim Berners-Lee. Ele afirma que muitas vezes os usuários não possuem meios de contatar as empresas sobre o que não querem compartilhar.

"Quando nossos dados são armazenados em espaços particulares, longe de nosso alcance, perdemos as benesses que poderíamos ter caso tivéssemos controle direto sobre os dados e escolhêssemos quando e com quem gostaríamos de compartilhá-los", disse.

Apesar de apresentar essas questões e cobrar mais comprometimento para que esses desafios sejam superados, Tim Berners-Lee admite que as soluções não serão simples e precisarão contar com a colaboração de usuários e empresas.

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O primeiro website da internet completa nesta semana 25 anos (acesse aqui). A página foi colocada no ar por Tim Berners-Lee, cientista britânico que inventou a World Wide Web (WWW) em 1989. O endereço leva o internauta a uma explicação de como um projeto baseado em hipertexto funciona, que nada mais é do que a internet como conhecemos atualmente.

O site, que é preservado pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), diz que a web tem a intenção de dar acesso a um universo maior de documentos. A página descreve as características básicas da web, exemplificando como acessar documentos de outras pessoas e como configurar seu próprio servidor.

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Tim Berners-Lee usou um computador da NeXT, companhia aberta por Steve Jobs durante o período em que ele ficou fora da Apple, para publicar a página na rede em 20 de dezembro de 1990. Hoje, o britânico luta contra a censura na web adotada por governos. A defesa pela neutralidade da rede é outra bandeira levantada por ele.

Em 30 de abril de 1993, o Cern disponibilizou o software da web em domínio público. Depois, liberou a próxima versão do programa com licença aberta, como uma forma de maximizar sua divulgação. Através dessas ações, juntamente com um navegador base e uma biblioteca de códigos, a web foi autorizada a florescer.

A medida teve um efeito imediato sobre a propagação da web. Ao final de 1993, existiam mais de 500 servidores conhecidos. Em 1994, este número era de 10 mil servidores e 10 milhões de usuários.

Em 12 de março de 1989 a World Wide Web (WWW) como conhecemos hoje começou a dar seus primeiros passos. O berço da rede foi um estudo publicado pelo cientista Tim Berners-Lee nomeado de “Gerenciamento de Informação: A Proposta”. O levantamento sugeria o desenvolvimento de uma maneira de ligar, compartilhar e gerenciar informações por meio de uma rede. E, nesta quarta-feira (12), 25 anos depois, diante de um cenário com protagonistas como a NSA, Edward Snowden e a GCHQ, a tão conhecida internet clama por uma regulamentação que deixe claro quais são os direitos dos seus usuários.

Por isso, a fundação World Wide Web encabeça a campanha “A internet que queremos”, que pretende dar suporte a iniciativas que apoiem o uso livre da web em qualquer parte do globo. Entre os objetivos a serem alcançados está o acesso a uma plataforma de comunicação universalmente disponível e a proteção da informação do usuário e do seu direito de se comunicar privativamente.

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Para alcançar tais metas, a campanha dá assistência para organizações com o mesmo objetivo que necessitam de recursos, além de incentivar a conscientização global sobre a importância de uma internet aberta. Para participar da empreitada, os internautas engajados devem se inscrever através do site para se manterem informados sobre o andamento do projeto.

O criador da web, Tim Berners-Lee, defende que esta campanha precisa ser comparada à lei dos direitos humanos e que todos os usuários devem utilizar a rede sem a sensação de ter alguém os “observando sobre os ombros”, afirma o cientista em referência à NSA. “É hora de fazermos uma grande decisão pública. Temos duas estradas para caminhar. Qual caminho vamos seguir?”, questionou.

Comemoração – Para soprar as 25 velas virtuais em comemoração ao aniversário da internet, os usuários podem utilizar a hashtag #web25 para discutir sobre os direitos dos usuários. Além disso, os interessados podem visitar a página webat25.org, onde poderão encontrar mensagens de usuários de todo o mundo, além de uma agenda com eventos e ações mundiais que apoiem os direitos dos internautas. 

Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web (www) e mais conhecido como "pai" da internet, juntou-se ao grupo que se opõe aos projetos de lei norte-americanos Stop Online Piracy Act (SOPA) e o Protect Intellectual Property Act (PIPA), que visam acabar com a pirataria online, mas também dão ao governo dos Estados Unidos o direito de censurar a internet.

Segundo informações do site americano Business Insider, durante a conferência Lotusphere, IBM, Berners-Lee disse que “se você está nos Estados Unidos, você deveria se mover, ligar para alguém ou mandar um e-mail para protestar contra esses projetos, porque eles não foram elaborados para respeitar os direitos humanos, como seria apropriado em um país democrático”.

Atualmente, o SOPA está passando por uma revisão, devido à grande quantidade de críticas que o projeto recebeu.

Nesta semana, diversas empresas do ramo da tecnologia tiraram seus sites do ar em forma de protesto contra a censura na web. As páginas da Wikipedia em inglês ficaram inacessíveis por 24 horas, na última quarta-feira. Os sites do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, da Mozilla e do Wordpress também ficaram fora do ar.

Os portais do Google, do Instituto de Defesa do Consumidor e da publicação Wired continuaram funcionando, mas exibiram mensagens de protesto.

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