Dez anos depois, três policiais militares acusados de torturar 12 adolescentes e matar outros dois durante o Carnaval de 2006, na Ponte Joaquim Cardoso, em Joana Bezerra, serão julgados na manhã desta terça-feira (12) na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra. A sessão tem início com o sorteio dos sete jurados que vão compor o Conselho de Sentença. Os policiais Edvaldo Coelho Pereira Magalhães, Thiago Jackson Araújo e Weldes Felipe de Barros Silva são acusados de dois homicídios consumados e 12 tentativas de homicídio.
O caso aconteceu em 28 de fevereiro de 2006, quando de acordo com a denúncia, os policiais teriam obrigado 14 adolescentes a atravessarem a nado o Rio Capibaribe, ameaçados com revólver, a partir da Ponte Joaquim Cardoso, na Ilha Joana Bezerra. Os dois jovens Diogo Rosendo Pereira e Zinael José da Silva, por não saberem nadar, morreram afogados. Os corpos foram encontrados no dia seguinte, no mesmo rio, nas imediações da ponte da Torre.
##RECOMENDA##De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no julgamento, serão ouvidas as testemunhas Obernan Alberto de Santana; Douglas de Lima Silva; Marcos Vinícius de Souza Pereira; Alessandro Pereira de Carvalho; Emerson Pereira de Carvalho; Tiago Severino da Silva dos Santos; José Cláudio da Silva Ferreira; Antônio Fernando Santos Gonçalves; Ediclelton Marques da Silva; Olbert Ferreira da Silva; e Arquimedes Ferreira da Silva.
Histórico - Esse não é o primeiro julgamento do caso. Em 20 de maio de 2015, a Justiça condenou os policiais Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva, cada um, a 96 anos de prisão. Na ocasião, o policial Irandi Antônio da Silva foi absolvido. O tenente Sebastião Antônio Felix, oficial acusado de comandar o grupo de policiais militares que teria obrigado os adolescentes a pular no Rio Capibaribe, foi condenado a 150 anos e seis meses de prisão, em 14 de julho de 2015. Na época, a defesa decidiu recorrer da decisão, e os condenados conseguiram a apelação de responder em liberdade.
Nesta terça, durante o julgamento, haverá a leitura da denúncia pelo juiz que presidirá o júri popular. O próximo passo será a ouvida dos réus. Terminada a fase de ouvidas, têm início os debates entre Defesa e Acusação. Seguindo os procedimentos, por fim, os jurados recolhem-se, em sala reservada, para responder aos questionamentos que definirão se os réus serão condenados ou absolvidos, e o magistrado retorna ao salão do júri para prolatar a sentença.