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A atriz Eva Wilma, de 87 anos, faleceu na noite do último sábado (15), vítima de problemas cardíacos, renais, e também diagnosticada com câncer epitelial de ovário, um tipo de tumor ginecológico de características muito peculiares e tratamento bastante rebuscado. Descoberto pela artista somente uma semana antes de sua morte, a doença costuma ser “silenciosa” e não apresenta sintomas específicos no início do quadro.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, os casos de câncer de ovário têm incidência em mais de seis mil mulheres por ano. “Em decorrência da sua natureza insidiosa e da inexistência de programas de rastreio efetivos, a doença infelizmente acaba sendo diagnosticada em fases avançadas na maioria das vezes“, afirma Thales Batista, cirurgião oncológico do Real Instituto de Cirurgia Oncológica e Coordenador do GMO - Grupo Multidisciplinar de Ovário do Real Hospital Português.

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Dessa forma, sem apresentar sinais muito específicos de alerta, as mulheres devem ficar atentas a algumas alterações que podem indicar a doença. A exemplo do aumento do volume abdominal, dificuldade para se alimentar, dor persistente ou recorrente na região pélvica e/ou da barriga, sangramento vaginal anormal, mudança na frequência de uso do banheiro, fadiga e perda de peso.

"Mesmo que esses sintomas também estejam associados a muitas outras anomalias, eles podem abrir o caminho para a realização de exames e a identificação do tumor no ovário", diz Batista. "Nos últimos tempos, contudo, graças a uma abordagem multidisciplinar especializada e ao surgimento de novas formas de tratamento, estamos conseguindo melhorar bastante os resultados do câncer de ovário”, completa o médico.

O tratamento do câncer de ovário geralmente envolve a realização de cirurgias e uso de quimioterapia venosa, podendo-se associar ainda a terapias de manutenção com medicações orais.

Exames de imagem e diagnóstico

O diagnóstico definitivo do câncer de ovário só pode ser feito por meio da avaliação da peça cirúrgica ou da biópsia, dependendo das condições clínicas da paciente ou do grau de disseminação do câncer. Em consonância, exames de imagem, a exemplo de ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância magnética ajudarão a presumir a natureza da tumoração (benigna ou maligna), bem como o grau de disseminação da doença.

Segundo Marcos Miranda Filho, médico radiologista da Lucilo Maranhão Diagnóstico, também é preciso analisar a história clínica da paciente. “A equipe médica se baseia em muitos fatores, observando sempre a presença de sintomas, a realização de exames de imagem e exames laboratoriais como marcadores tumorais e analisando o histórico. Além disso, são necessárias biópsias para confirmação e caracterização mais precisa da doença.” explica. Ainda de acordo com o especialista, a avaliação genética é decisiva para cerca de metade dos casos.

A doença prevalece em mulheres acima dos 60 anos, mas também pode ser diagnosticada entre as mais jovens, principalmente nos casos em que existe alguma predisposição familiar ou hereditária, ou sob a forma de tumores mais raros e felizmente de melhor prognóstico. 

Associados à idade, os principais fatores de risco para o câncer de ovário são obesidade e sobrepeso, gestação tardia e infertilidade, menarca (ou seja, o início da menstruação) precoce e/ou menopausa tardia, além de antecedentes familiares de neoplasias de ovário, colorretal e de mama, ou diagnóstico pessoal de algumas síndromes genéticas. 

De modo contrário, múltiplas gestações, amamentação e o uso de anticoncepcionais orais estão relacionados a um menor risco de câncer ovariano.

 

 

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