Tópicos | Teotihuacan

Uma equipe de arqueólogos descobriu uma zona repleta de crateras e fossas em uma praça do sítio arqueológico de Teotihuacan, no centro do México, que revela que os espaços abertos também eram centros de culto, informou nesta quinta-feira (5) o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

"Nos encontramos frente a um novo centro da cidade, frente a um novo centro cósmico", afirmou Verónica Ortega, diretora do primeiro projeto de escavação realizado na Plaza de la Luna. Este setor é de suma importância dentro de Teotihuacan porque leva à Calzada de los Muertos, o grande eixo do espaço sagrado deste sítio, localizado a cerca de 50 km da Cidade do México.

"Pela primeira vez se sabe que o espaço aberto não necessariamente é vazio de evidência arqueológica. Em geral, os espaços públicos de Teotihuacan, La Ciudadela e as praças das pirâmides do Sol e a da Lua, tiveram um simbolismo além do que podemos ver", apontou a especialista.

Desde uma vista aérea, a descoberta "poderia simular uma paisagem lunar repleta de crateras: fossas em cujo interior se encontram estelas lisas de pedra verde, dutos que marcam no centro deste espaço os rumos do universo e uma série de perfurações que continham (...) um código simbólico que os antigos teotihuacanos elaboraram nas primeiras fases da urbe, há 1.900 anos", descreve o INAH no comunicado.

As descobertas revelam que a Plaza de la Luna não era como atualmente, mas um terreno semelhante à "cara de um queijo gruyer", com fossas possivelmente escavadas desde as primeiras etapas da cidade, por volta do ano 100 d.C., afirma a nota.

Até agora, foram identificados mais de 400 ocos usados ao longo de cinco séculos, pequenos buracos de entre 20 e 25 cm de diâmetro e cujas profundidades variam em torno dos 30 cm. Em muitos deles havia pedras de rio, trazidas de outros lugares.

Possivelmente "foi um espaço com uma carga simbólica que une a parte subterrânea, o 'inframundo', com o plano celeste", detalhou Ortega, para quem é provável que as pessoas chegassem a este espaço aberto e depositassem objetos, em um ritual para atrair a fertilidade.

Até o momento foram localizadas cinco estelas (objetos de pedra que contém significado simbólico) completas dentro de fossas, cujas alturas e pesos variam entre 1,25 e 1,5 metros, e 500 e 800 quilos, e se encontram a uma profundidade de cerca de quatro metros.

O projeto de exploração, que começou em 2015, será concluído no final de julho. Teotihuacan, com uma superfície de 20 km2 e cerca de 125.000 habitantes estimados, foi uma das cidades mais importantes da América.

A exploração robótica do subsolo de um templo da cidade pré-colombiana de Teotihuacan, nos arredores da Cidade do México, revelou a existência de três câmaras que poderiam esconder segredos sobre rituais funerários de seus governantes, indicou nesta terça-feira um órgão oficial.

"A entrada do robô Tláloc II-TC no último trecho do túnel sob o Templo da Serpente Emplumada, em Teotihuacan, revelou a existência de, pelo menos, três câmaras", informou o Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah), em um comunicado.

A descoberta superou as expectativas dos arqueólogos, que esperavam encontrar apenas uma câmara, destacou o instituto.

Se for confirmada a existência de túmulos nestes espaços, que datam do princípio da nossa era, poderiam ser esclarecidos aspectos dos ritos de Teotihuacan, possivelmente relacionados ao sepultamento de seus governantes ou personalidades de alta hierarquia, indicou o arqueólogo Sergio Gómez, diretor da busca.

A exploração, que consta de um percurso de mais de 20 metros pelo túnel, é a terceira ocasião, em nível mundial, em que um robô ajuda a traçar estratégias de escavação, após o percurso do primeiro trecho deste mesmo túnel de Teotihuacan e de explorações arqueológicas no Egito.

O Tláloc II-TC é composto de um veículo capaz de transpor obstáculos e de um scanner que gera mapas detalhados do trajeto. Ele também conta com um "robô inseto", que leva uma câmera de infravermelho e desce ao nível do solo por meio de instruções enviadas de um computador.

A próxima etapa do projeto Tlalocan: Caminho sob a Terra consiste na retirada dos elementos que obstruem os últimos 30 metros do túnel.

Teotihuacan, que, na língua náhuatl, significa Cidade dos Deuses, foi uma das maiores cidades da Mesoamérica na época pré-colombiana, e declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Sua origem, no entanto, ainda não foi elucidada pelos especialistas.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando