As fortes chuvas que atingem o Estado do Rio deixaram pelo menos nove mortos, em sua maioria crianças. Outras 12 pessoas estão desaparecidas. Os municípios de Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul fluminense, estão entre os mais atingidos.
Em Paraty, seis pessoas de uma família morreram soterradas no bairro de Ponta Negra. As vítimas foram a mãe Lucimar e cinco filhos: João, de dois anos, Estevão, de cinco anos, Yasmim, de oito anos, Jasmin, de 10 anos, e Luciano, de 15 anos. Um sexto filho foi resgatado com vida e levado ao Hospital Municipal, sendo transferido para o hospital de Praia Brava.
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Segundo a Prefeitura de Paraty, sete casas foram atingidas por deslizamentos, e outras quatro pessoas ficaram feridas. O município tinha 71 famílias desalojadas até o início da tarde deste sábado (2).
Em Angra dos Reis, os desabamentos atingiram ao menos quatro casas no bairro Monsuaba. Uma menina de cerca de 4 anos e um menino de cerca de 11 anos morreram no deslizamento, e ainda há nove desaparecidos, de acordo com relatos de parentes, informou a prefeitura de Angra, em nota divulgada neste sábado, 2. Cinco pessoas foram resgatadas com vida por agentes da Defesa Civil.
O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro informou ter sido acionado também em socorro a vítimas de um deslizamento na Praia Vermelha, na Ilha Grande, onde haveria três pessoas soterradas.
A prefeitura de Angra informou que as comunidades mais afetadas na Ilha Grande foram as de Araçatiba, Vermelha, Provetá e Aventureiro.
"Na Praia Vermelha e no Provetá ocorreram deslizamentos de terra e blocos de pedra. A Praia de Itaguaçu, ao lado da praia Vermelha, foi praticamente soterrada. Houve registro de deslizamento também no Aventureiro e na Vila do Abraão. Os moradores do Abraão que precisaram deixar suas casas estão seguindo para a Casa de Cultura e para a sede do Parque Estadual da Ilha Grande. No momento, as equipes da Defesa Civil tentam acesso à Praia de Palmas", relatou a prefeitura, em nota.
Segundo a prefeitura de Angra dos Reis, o município registrou um volume recorde de chuvas nas últimas 48 horas: quase 700 milímetros no continente e 600 milímetros na Ilha Grande. Todas as 28 sirenes do sistema de alerta em áreas de risco soaram durante a madrugada deste sábado. Moradores são orientados a permanecerem em casa e saírem apenas em caso de alerta de risco de deslizamento ou alagamento. Houve deslizamentos de encostas em vários pontos do município, que interromperam a circulação de diferentes linhas de ônibus.
A Polícia Rodoviária Federal informou que a Rodovia Rio-Santos, BR-101, amanheceu neste sábado ainda sob chuva intensa, com vários pontos de interdição ao tráfego, parcial e total, devido aos deslizamentos e alagamentos.
O trânsito foi totalmente interrompido em pelo menos oito trechos da BR-101, entre os quilômetros 446 e 599. Em Angra dos Reis, havia dois pontos de interdição por queda de árvore e barreira. Em Paraty, o trânsito também estava parcialmente interrompido à altura do quilômetro 529. Em Mangaratiba, havia quatro pontos de interdição, três deles por quedas de árvores e um por deslizamento de terra. A PRF informou que havia ainda diversos outros pontos de interdição parcial ainda não mapeados "devido à impossibilidade de acesso".
A região metropolitana do Rio de Janeiro também foi fortemente atingida por alagamentos, como Belford Roxo e Mesquita, onde um homem morreu eletrocutado durante as chuvas. Em Nova Iguaçu, a prefeitura chegou a decretar estágio de alerta máximo, quando há risco muito alto de enxurradas, inundações e deslizamentos por causa dos temporais. A Defesa Civil de Nova Iguaçu informou na manhã deste sábado ter atendido cerca de 50 ocorrências relacionadas às chuvas. O Hospital geral de Nova Iguaçu foi atingido por infiltrações em dois Centros de Terapia Intensiva. Os alagamentos forçaram a transferência de 13 pacientes de uma das alas para os setores de pós-operatório.
A Rodovia Presidente Dutra chegou a ser parcialmente interditada nesta madrugada, na altura de Nova Iguaçu, no quilômetro 185, devido à queda de uma árvore, informou a Polícia Rodoviária Federal.
Na capital fluminense, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro informou na manhã deste sábado que o município entrou em estágio de atenção, devido à previsão de chuva moderada e ao volume relevante de ocorrências provocadas pelos temporais desta sexta-feira, 1. A cidade esteve sob estágio de alerta a partir de 18h15 desta sexta-feira, 1, quando houve alagamentos em diferentes bairros da cidade.
"Quem está em área de encosta e área de risco, que respeite os protocolos da Defesa Civil. Nós temos o solo muito encharcado, então às vezes uma pequena pancada de chuva mais forte pode provocar algum tipo de deslizamento. E (queria) pedir que as pessoas evitem grandes deslocamentos na cidade, sair se for muito necessário, até para que os órgãos públicos possam trabalhar com a maior agilidade possível", declarou o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).
A previsão para este sábado na capital fluminense é de chuva fraca e moderada, com rajadas de vento moderado a forte. "Nós ainda temos áreas muito críticas da cidade, principalmente nesse momento na zona oeste da cidade, a partir de Jacarepaguá, passando pelas Vargens, Guaratiba, Sepetiba, Paciência. São bairros muito afetados pelas chuvas, porque você tem níveis de rios muito altos ainda, a maré alta, isso tudo gera uma situação muito difícil", disse Paes.