A empresa Tecsis, principal fabricante de pás para usinas de geração eólica no País, demitiu 400 trabalhadores e desativou uma das seis unidades de produção na região de Sorocaba, interior de São Paulo. De acordo com o Sindicato dos Químicos de Sorocaba e Região, a mudança de jornada na unidade principal da empresa reduziu o número de colaboradores em todas as linhas de produção. A fábrica operava 24 horas de segunda a domingo e passou a trabalhar 19 horas por dia de segunda a sábado. A empresa informou que a medida foi tomada para adequar a estrutura de produção aos contratos vigentes.
De acordo com o presidente do sindicato, Carlos Alberto dos Santos, o número de dispensados pode ser ainda maior. A Tecsis, diz ele, vem reduzindo gradativamente o número de trabalhadores desde 2014, quando tinha 7,8 mil empregados em seu quadro funcional na região, que inclui uma unidade em Itu. "O ano terminou com a Tecsis empregando 6,5 mil trabalhadores, mas as demissões prosseguiram em 2015 e o ano fechou com 5,9 mil empregados", informou Santos.
##RECOMENDA##Conforme o relato, neste ano, as demissões não pararam. Em junho e julho foram dispensados 350 funcionários, sendo a maior parte da área administrativa, incluindo executivos e diretores da empresa.
Entre agosto e setembro, segundo o sindicato, foram dispensados mais 400 funcionários, o que reduz o quadro atual para cerca de 5 mil trabalhadores. "Diante de tudo isso, o Sindicato entrou em contato com a empresa e esta informou que as dispensas têm ocorrido em razão da redução dos pedidos, gerando queda na produção e, consequentemente, ociosidade dos trabalhadores", diz a nota da entidade. O sindicato informou ter iniciado negociação com a Tecsis para evitar novas demissões neste ano.
De acordo com Santos, o que se ouve é que a empresa está reduzindo as atividades nas plantas de Sorocaba e Itu para concentrar a produção na fábrica de Camaçari, na Bahia.
Indagada a respeito dessas mudanças, a empresa não se pronunciou. Sobre as demissões, a Tecsis informou em nota que as dispensas são decorrentes de mudança na jornada de trabalho na principal unidade da empresa em Sorocaba, mas não confirmou, nem desmentiu os números apresentados pelo sindicato. "A alteração foi implementada para adequar a estrutura de produção aos contratos vigentes. Esta mudança implicou na redução do número de colaboradores e na realocação de funcionários nas demais plantas industriais", informa a nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.