A reforma tributária proposta pelo governo federal, através da PL 2337/2021, prevê mudanças em diversos pontos da legislação sobre Imposto de Renda, Contribuição Social e Lucro Líquido. Empresário e dono da Riachuelo, Flávio Rocha aprovou alguns pontos da proposta e, em entrevista publicada neste sábado (17) pela Folha de São Paulo, comentou sobre o debate em torno da taxação das grandes fortunas.
Segundo ele, o processo 'empobrece' os empresários. "Nós queremos lutar contra a desigualdade ou contra a pobreza? Esse imposto consegue reduzir a desigualdade, mas pela via não inteligente: expulsando ou empobrecendo os ricos. O que se quer é enriquecer o pobre. Esse é um imposto que diminuiu a desigualdade, mas achatando a pirâmide, ou seja, empobrecendo os ricos", comentou.
##RECOMENDA##Flávio ainda citou que a tributação sobre dividendos pode aumentar o 'fosso da competitividade' em relação ao comércio informal, que não é afetado por uma possível taxação devido a informalidade. De acordo com o empresário, isso assusta. "É ruim porque você tira a competitividade das empresas éticas, que contribuem para o financiamento do estado e dá um tiro no pé do governo, porque aumenta a informalidade e diminui a arrecadação", disse.
"Não estamos falando em causa própria. Estamos falando em causa de ter um sistema racional. E a racionalidade é alargar a base. A proposta como estava colocada diminuía a base porque acuava esse universo dos contribuintes formais. Muitas vezes, alargar a base é diminuir a alíquota", completou.