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O debate que aconteceu na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com a presença do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), Guilherme Boulos, na noite dessa segunda (12), teve seu ponto alto quando o ex-candidato a presidente do Brasil fez diversas críticas ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Entre outras alfinetadas, Boulos afirmou que o capitão da reserva tem uma “tara” pelos movimentos sociais. 

“Ele [Bolsonaro] quer aprovar uma lei de terrorismo para os movimentos sociais, em particular, para o MTST e o MST. Ele tem uma verdadeira tara por esses movimentos, é um negocio impressionante”, ironizou. 

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Boulos também respondeu a declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do militar, que afirmou não ver problema em prender 100 mil pessoas ligadas aos dois movimentos. Eduardo também disse que o MTST e o MST utilizam um poder “criminoso para invadir terras, incendiar tratores para obrigar o fazendeiro a vender suas terras a um preço abaixo do mercado”.

Mais cedo, por meio do Twitter, Boulos já tinha comentado a declaração do parlamentar o chamando de “cabeça de pequeno ditador”. “Filho de Bolsonaro falou hoje em prender 100 mil pessoas ligadas ao MST e movimentos sociais. Prefere milhares de famílias na cadeia ao invés de numa terra plantando e produzindo alimentos”, lamentou. 

O dirigente garantiu que o governo Bolsonaro não vai acabar com os movimentos por ameaças ou por lei. “Tem um jeito, um único jeito de acabar com esses dois movimentos sociais, ele quer acabar com o MTST? A gente até ajuda, construa seis milhões de casas, é só desse jeito, é o único jeito. Não vai acabar por decreto, não vai acabar por lei, não vai acabar por ameaça ou por violência”.

“Ele quer acabar com o movimento sem terra? Muito bem, faça a reforma agrária no Brasil. Não tem outro jeito. Nós não vamos recuar diante do autoritarismo político”, continuou falando em tom mais alto levando os estudantes da UFPE a aplaudirem. 

Entre outras críticas, Guilherme Boulos definiu o projeto de Bolsonaro como “autoritário e ditatorial”. “E olha, não sou eu que estou dizendo, não somos nós que estamos dizendo. Ele não faz questão de esconder. Desde a campanha, elogia a ditadura militar, tem um torturador como seu grande heroi e defende tratar a oposição a ferro e fogo”. 

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