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Formado nas categorias de base do Sport, Cléber Santana, falecido no trágico acidente que vitimou o elenco da Chapecoense, guardou vários amigos e colegas de profissão quando defendeu o rubro-negro. Com relatos emocionados, a principal característica utilizada para definir o meia de 35 anos é de um atleta que sempre foi exemplo dentro e fora de campo para quem estava ao seu lado.

O atual preparador físico do Sport, Tacão, além de ter trabalhado com Cléber no início da sua trajetória no Leão, também era amigo pessoal do atleta. Os dois iniciaram carreiras juntos no clube quando o meia ainda tinha apenas 16 anos de idade. As lembranças que guarda da época que trabalharam no rubro-negro são as melhores e, emocionado, Tacão lamenta a perda do companheiro.

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“Sempre foi uma pessoa alegre. Não fui só preparador do Cléber, fui amigo dele também. Depois que ele saiu do Sport, mantivemos uma relação de amizade muito forte. É uma pessoa querida por todos. Só posso dar à família toda a força. Falando como atleta, ele era decisivo desde juvenil e juniores, a gente ganhava tudo. Tinha personalidade forte, era aplicado, um garoto que veio de uma comunidade pobre, mas era inteligente. Para mim, a morte dele foi um choque muito grande”, comentou com pesar ao Portal LeiaJá.

Tacão recorda de títulos que ganhou ao lado de Cléber Santana e destaca a dedicação que ele demonstrava em campo desde o início da carreira. “Subimos de categoria sempre juntos eu, ele, o Pedro Neto, o Gilberto Matuto e o Gaúcho. O Cléber sempre se destacou ganhando campeonatos e títulos, e nunca deixamos de estar em contato”, lembrou.

O preparador físico ainda revela histórias que viveu ao lado do amigo de vida e de trabalho. “Tenho várias lembranças do Cléber aqui. Ele era um 'cabra safado' (risos). Lembro de uma vez quando fomos fazer um treino na praia de Boa Viagem, uma corrida de 6km. Deixei ele ali perto do Atlantic Plaza e fui esperar no Pina, mas ele ao invés de correr até lá pegou uma Kombi e veio, no meio do caminho ainda comprou uma água, molhou o rosto e o corpo e depois chegou fingindo cansaço. Os jogadores na época não me falaram nada e ele só me contou muito tempo depois”, comenta, saudoso.

Outro colega que Cléber teve na sua passagem pelo Sport foi o Coronel Adelson Wanderley, já gerente de futebol do clube naquela época. O convívio entre os dois não foi tão próximo em relação a amizade que o jogador teve com Tacão, mas o dirigente revela que desde que o viu pela primeira vez já acreditava no seu potencial de crescer na carreira. “Cléber sempre se notou como um jogador alto para o nível da região, se apresentava como um jogador com grande possibilidade de crescer, de ter potencial. Sempre foi um menino de família humilde e muito aplicado, vinha para os treinos de bicicleta com um esforço enorme”, recorda. “Depois daquele grupo de Chiquinho e Juninho foi a outra grande safra que veio com ele, o Pedro Neto e outros bons jogadores”, complementou.

Além de Cléber, Adelson também conviveu de perto com outros envolvidos no acidente aéreo, como o meia Ananias, que defendeu o Sport em 2014. O dirigente leonino diz que sente uma enorme tristeza pelas mortes de pessoas que acompanhou tão de perto. “É uma tristeza, não só pelo Cleber, mas pelo Ananias, que também foi outro jogador que passou aqui com a gente, tivemos um convívio muito próximo e é uma tragédia que a gente fica magoado, triste. Conhecia também o segurança Adriano e o filho do Paulo Paixão. Você, como desportista, lamenta muito, porque as viagens são constantes e a gente pede todo dia que Deus leve e traga de volta. Com uma tragédia dessas, é preciso ter muita fé para superar”, ressalta.

Nereu Pinheiro, técnico que levou Cléber para as categorias de base do Sport recorda como conheceu o jogador e que viu a qualidade de imediato no atleta. “O Cleber apareceu na época eu era treinador do juvenil e dos juniores do Sport. O tio dele, Marcelo, falou que tinha um sobrinho bom de bola. Mandei ele vir fazer o teste no Sport, ele fez e me agradou muito. Naquele ano, ele tinha de 15 para 16 anos e o coloquei no juvenil. Jogava de segundo volante e era bom de bola, depois subiu para os juniores e ai acabei saindo do Sport, mas continuei acompanhando a carreira dele de longe com muita alegria”, pontuou o primeiro treinador que o meia teve na sua trajetória.

Cléber Santana, inclusive, só seguiu no futebol por incentivo de Nereu, que recorda uma época que o atleta sumiu dos treinos do Sport e ele teve que ir até a casa do jovem para buscá-lo de volta. “Uma recordação interessante que tenho dele foi quando ele desapareceu um tempo do clube, cerca de uma semana, e fui bater lá na casa dele, em Caetés II, onde ele morava.  Ele me disse que não estava indo porque a bicicleta que utilizava estava quebrada e não tinha dinheiro para consertar. Então dei uma importância a ele e mandei fazer o conserto e depois que me trouxesse o recibo para que o Sport pudesse ressarcir. Foi o que ele fez e voltou a treinar. Quase que perdíamos ele”, relembrou, sobre uma das várias histórias que tem sobre o atleta.

Apesar de não manter contato tão próximo com o jogador nos últimos anos, Nereu revela a dor pela perda do seu ex-jogador. “A ultima vez que vi o Cléber faz uns três anos, foi pelo Carnaval, ele estava defendendo o Avaí. Estou muito sentido porque, além dele ser um amigo, era uma boa pessoa, super educado, gente da melhor qualidade. Senti muito a morte dele, até por ser um jogador que revelei”, concluiu.

Confira alguns gols de Cléber Santana, no título pernambucano de 2003:

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O grande número de jogadores lesionados do Sport, após a Copa do Mundo, trouxe à cabeça dos rubro-negros vários questionamentos. No olho do furacão, estava a comissão técnica leonina - antes elogiada e, agora, criticada. O departamento médico chegou a ter nove atletas ao mesmo tempo. O número já caiu, mas a mancha ficou sobre os membros da equipe técnica.

Apesar dos problemas, o trabalho feito no Sport não foi diferente dos últimos anos. O que leva o preparador físico do clube, Tacão, a crer que foi uma fatalidade a quantidade de atletas lesionados. “Foi um ano atípico para nós”, afirmou.

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As lesões na Ilha do Retiro aconteceram com frequência depois da Copa do Mundo, mesmo com a intertemporada. Porém, a falta de trabalhos neste período prejudicou alguns os atletas. “Foi até uma surpresa essas lesões, mas jogadores como Rodrigo Mancha, Régis e Diego Souza não fizeram a intertemporada. E agosto e setembro são meses complicados, com muitos jogos. Só que todos os clubes também sofreram com as contusões”, ponderou Tacão.

Para 2015, o preparador físico do Sport espera uma temporada mais tranquila e sem tantos problemas. Um fator que ajudará é o calendário da CBF, que prevê 30 dias de férias aos jogadores e outros 30 de pré-temporada. Fato inédito no futebol brasileiro, e comemorado por Tacão.

“Tem tudo para ser diferente, mas não posso garantir isso. Faremos o mesmo trabalho desse ano, mas sempre aparecem coisas novas porque há uma evolução na preparação física e na fisiologia. Quando a gente trabalha com saúde não há garantias porque tudo depende de respostas. Mas esperamos ter uma melhora significativa. De uma coisa tenho certeza, estamos fazendo um grande trabalho e temos excelentes profissionais de fisiologia, preparação física e fisioterapia”, concluiu.

O forte início de temporada, no aspecto físico, começa a refletir negativamente no Sport. Mesmo com a intertemporada durante a Copa do Mundo, quando o elenco teve quase 30 dias para treinar, as lesões musculares estão atormentando o elenco rubro-negro. E uma coincidência chama atenção, todas as lesões neste período foram no mesma região dos atletas: a coxa. Ewerton Páscoa, Rodrigo Mancha, Diego Souza, Régis, Érico Júnior e Leonardo já foram acometidos por contusões. E alguns até duas vezes no mesmo local.

Ewerton Páscoa, Rodrigo Mancha e Régis são os exemplos de jogadores que mal saíram do DM e voltaram. O tempo total de recuperação do zagueiro, com duas lesões na coxa direita, passa de um mês. Assim como Rodrigo Mancha, também na coxa direita, fora há 24 dias e que terá mais 15 de recuperação. O volante chegou a trabalhar novamente com o grupo, mas quando estava pronto para jogar, lesionou-se outra vez.

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A situação do meia Régis é mais complexa, já que o atleta chegou ao Sport apenas durante a intertemporada e com um histórico de lesões. A coxa esquerda o fez parar por 15 dias e o jogador sentiu o músculo posterior da coxa esquerda duas partidas depois. Érico Júnior, Leonardo e Diego Souza completam a lista. No entanto, com casos mais simples. O primeiro, atacante da base, entrou na fase final de recuperação na coxa direita após dez dias de tratamento. Enquanto o camisa 87 ainda fará um exame, porém, deve ficar apenas por 15 dias de fora. Por fim, Leonardo será liberado para a fase de transição.

Para a comissão técnica do Sport, o principal motivo para o elevado número de lesões musculares é a quantidade de jogos. Os rubro-negros entraram em campo 11 vezes em 47 dias, desde o reinício da Série A (16 de julho). O que dá, em média, um jogo a cada quatro dias e um tempo curto de recuperação. Este ano já foram, no total, 52 partidas do Leão em cinco competições.

“São muitos jogos, uma carga muito grande e não tem como evitar 100% das lesões, por mais que haja prevenção. O Sport só teve lesões musculares após o primeiro semestre e já disputamos cinco competições. Tivemos a pré-temporada que ajuda, mas não evita. E os jogadores que estão se lesionando, a maioria, não fez a intertemporada. Por exemplo, Régis, Diego Souza e Rodrigo Mancha”, explicou o preparador físico do Sport, Edvaldo Tacão.

Apesar dos questionamentos devido às lesões, o técnico Eduardo Baptista saiu em defesa da comissão técnica. Principalmente no caso de Diego Souza, que estava há três meses sem jogar e saiu de campo machucado na partida contra o Criciúma, em que foi titular. “Aqui o trabalho é cientifico. Inaldo Freire (fisiologista) e Tacão (preparador físico) trabalham muito. Aqui, não se faz nada de maneira empírica. Lógico que era um risco colocá-lo. Mas só quem está aqui é que pode tomar essa decisão”, pontuou o treinador.

Apesar de toda a expectativa criada, o meia Régis ainda não tem a estreia garantida contra o Flamengo, no próximo domingo (10). O jogador, que participou de um jogo-treino na terça-feira, não treinou com bola no dia seguinte e apenas realizou uma atividade na academia. Segundo o preparador Tacão, embora a condição física do atleta não preocupe, as dores podem adiar o primeiro jogo dele com a camisa rubro-negra.

“Régis é um caso diferente porque está há dois meses parado. Na terça-feira, ele participou do jogo-treino normalmente por 45 minutos. Mas como foi uma atividade intensa, ele sentiu algumas dores e estamos administrando. Por isso, na quarta, ele fez um trabalho diferenciado e vamos esperar uma resposta do atleta para que participe dos próximos treinamentos”, explicou o preparador físico.

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Régis só deve ir para o jogo caso participe do treinamento de quinta-feira (7), no CT José de Andrade Médicis. Contudo, Tacão adota a cautela sobre o caso. “Temos que esperar mais 24 horas para tomar qualquer decisão. O que vai determinação é a resposta dele em termo de dor, porque a questão física está numa melhora considerável”, concluiu.

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