Novamente, uma incursão da Polícia Militar (PM) em uma comunidade do Recife gera polêmica. O caso da vez é a morte de Sthefanny Vitória, de dois anos, na última sexta-feira (4), na comunidade do UR-10, bairro do Ibura, Zona Sul do Recife.
Enquanto a Polícia Militar alega que o disparo partiu dos suspeitos, moradores do local constestam a versão e culpam a polícia pelo tiro. Durante o cortejo para o Cemitério da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, para o enterro da criança, a comunidade carregava cartazes pedindo justiça e gritando frases como “Não é fácil não, mata criança ao invés de matar ladrão”.
##RECOMENDA##Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), policiais do 19º Batalhão (BPM) estavam no local para cumprir mandado de prisão. Eles teriam visualizado quatro homens em atitude suspeita e dado ordem de parada, momento em que dois fugiram e atiraram contra o policiamento. A menina teria sido atingida e levada pelos policiais para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lagoa Encantada, mas não resistiu.
Três pessoas foram presas: Moisés Cabral da Silva, Felipe Lopes Prado e Edson Souza de Araújo. Eles têm audiência de custódia agendada para o início da tarde deste sábado (5). O pai de Moisés, identificado como Ricardo, deu declarações de que a polícia agrediu seu filho e o forçou a segurar uma arma, para deixar suas digitais.
Um quarto suspeito, identificado como Davi, está foragido. A PM apreendeu ainda duas armas de fogo, uma calibre 38 e outra calibre 32, 28 munições e 1 kg de maconha prensada em barra e 28 papelotes da droga. A ocorrência foi encaminhada ao delegado Paulo Furtado, que estava de plantão na Força-tarefa de Combate a Homicídios. O caso seguirá para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob responsabilidade do delegado Francisco Océlio. As armas dos policiais também foram apreendidas para exames periciais.