O décimo sexto episódio da franquia “Final Fantasy”, da Square Enix, chegou hoje (22), até então, como um exclusivo do console da Sony, Playstation 5 e, apesar das inúmeras novidades, o título também conta com diversos elementos que podem agradar os fãs mais antigos da saga. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o game de maneira antecipada.
É importante destacar que apesar de estar no número 16, os jogos da franquia “Final Fantasy” possuem histórias independentes, com personagens e universos únicos. Por conta disso, os novatos na saga poderão jogar este game, sem a preocupação de ficarem perdidos no enredo. Por outro lado, também existem diversas referências voltadas para os mais veteranos.
##RECOMENDA##A equipe de desenvolvimento de “Final Fantasy XVI”, foi liderada pelo produtor de games japonês Naoki Yoshida, que tem em seu currículo títulos como “Final Fantasy XIV” (2013), “Dragon Quest X” (2012) e “Dragon Quest: Monster Battle Road” (2008).
A história de “Final Fantasy XVI” gira em torno do personagem Clive Rosfield, um guerreiro que sofreu traumas e perdas na adolescência. Após ser marcado como um escravo, a única motivação que mantém o jovem vivo é o desejo de vingar a morte do irmão. No entanto, o herói ainda não está preparado para a dura realidade que o aguarda.
Outros personagens também se unem a jornada de Clive, entre eles, o líder da equipe rebelde “Quebradores de Correntes”, Cidolfus; portador dos poderes de Ramuh; sua melhor amiga Jill Warrick, que conta com os poderes da Shiva, e o seu irmão mais novo, Joshua Rosfield, que dispõe dos poderes da Fênix.
O enredo é o ponto que mais chamará a atenção dos veteranos, já que ele resgata aquela temática de fantasia medieval vista nos primeiros jogos da saga, com guerras entre reinos, cavaleiros de armaduras e diversas magias. Além disso, os Cristais, que eram itens primordiais no início da franquia - mas que foram esquecidos ao longo do tempo - voltam a ter destaque em “Final Fantasy XVI”.
O game conta com legendas em português, o que permitirá que muitos jogadores brasileiros consigam acompanhar a trama. Já a dublagem está disponível nos idiomas inglês e japonês, contudo, é possível perceber que o cuidado com a sincronia labial ocorreu apenas na localização americana.
Gameplay voltado para a ação
A jogabilidade de “Final Fantasy XVI” é um dos grandes atrativos do game, mas também é o fator que pode dividir a opinião dos veteranos da saga, pois apresenta um combate mais voltado para a ação, algo com o qual a franquia já flertava em títulos passados, mas que desta vez, se mostra ainda mais presente.
Esta mudança no gameplay não se trata de uma coincidência, pois as mecânicas de combate do game ficaram a cargo do diretor Ryota Suzuki, que no passado, trabalhou na franquia “Devil May Cry”, da Capcom, responsável por popularizar o gênero “Hack and Slash” (estilo de jogo conhecido por priorizar o combate corpo a corpo).
Por conta disso, não haverá gerenciamento de menus durante as batalhas, toda a ação acontece em tempo real. Clive pode desferir golpes de espadas no botão Quadrado, disparar magias em Triangulo, saltar no X, esquivar de ataques inimigos no R1 e realizar alguns golpes especiais com o auxílio do R2.
Todos os comandos respondem de maneira satisfatória e permitem inúmeras combinações, o que torna o combate um dos pontos mais atrativos de “Final Fantasy XVI”. Além disso, em alguns momentos da jornada, o jogador assume o controle de Infrit (Eikon do qual Clive possui o controle), que coloca as lutas em um patamar ainda mais elevado e proporciona os momentos mais cinematográficos de toda a franquia.
Um ponto que gerou dúvidas em alguns trailers de gameplay foram as presenças dos “Quick Time Event” (QTE), que são momentos em que o jogador precisa apertar algum botão específico, para que determinadas ações aconteçam. O uso deste tipo de mecânica pode robotizar alguns gameplays, assim como aconteceu com “Resident Evil 6” (2012), da Capcom, mas a Square Enix conseguiu dosar o uso das QTE, a ponto de não serem um incômodo.
Apesar de todo o foco na ação, o décimo sexto capítulo de “Final Fantasy” não abandona suas raízes no gênero RPG e conta com diversos elementos, que devem agradar os mais puristas, entre eles: a troca constante de armas e equipamentos, que são obtidos ao longo da jornada; o clássico sistema de “Level-Up”, que fortalece o personagem conforme ele adquire experiência de batalha; e uma árvore de habilidades, que visa aprimorar as técnicas usadas no combate.
Pequenos incômodos
Mesmo com um gameplay que pode desagradar aqueles que preferem um RPG clássico, “Final Fantasy XVI” consegue ser eficiente dentro da sua proposta e entrega uma experiência bastante sólida na maior parte do tempo. Por outro lado, o game apresenta alguns deslizes, que não desqualificam a obra como um todo, mas que podem ser apontados como pontos de melhorias em futuros títulos da saga, entre eles, o aguardado “Final Fantasy VII Rebirth”, prometido para o primeiro semestre de 2024.
Um dos quesitos que menos chama a atenção em “Final Fantasy XVI” são as suas missões secundárias, que não possuem nenhum tipo de profundidade e na maioria das vezes se resumem a levar um item do ponto A para o ponto B. Além disso, o game possui um baixo nível de dificuldade, mesmo no modo ação, o que pode incomodar aqueles que buscam por um desafio elevado.
Vale destacar que após zerar o game, será desbloqueado o modo new game plus e o jogador poderá acessar a opção Final Fantasy Mode, que oferece um nível de dificuldade mais elevado.
“Final Fantasy XVI” é uma coleção de acertos, com algumas pequenas falhas e pode ser consagrado como um dos títulos mais marcantes da franquia, com uma história sólida, um protagonista carismático e uma gameplay eficiente em sua proposta. O título está disponível exclusivamente para Playstation 5, por R$349,90 na versão básica e R$449,50 na edição de luxo.
Por Alfredo Carvalho