Tópicos | Socorro aos estados

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta terça-feira (24), que a retirada de urgência do projeto de lei complementar de socorro aos estados enviado pela equipe de Dilma Rousseff teve como estratégia não trancar a pauta no Congresso. "A urgência constitucional não sendo voltada ela passa a obstruir", disse.

Padilha disse que era preciso fazer "uma distinção". "A retirada da urgência não implica na desistência do projeto, só que perde a celeridade que a urgência constitucional prevê", afirmou.

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O presidente em exercício, Michel Temer, pediu ao Congresso Nacional que seja considerada sem efeito, e, portanto, cancelada, a urgência pedida para o projeto de lei complementar de socorro aos estados enviado pela equipe de Dilma Rousseff aos parlamentares em março deste ano. A mensagem de Temer anulando a urgência da matéria está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira.

Pelo projeto, elaborado ainda sob a gestão do então ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, a ajuda aos Estados e ao Distrito Federal se dará por meio de três ações: alongamento do contrato da dívida com o Tesouro por 20 anos e a consequente diluição das parcelas; possibilidade de refinanciamento das dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e desconto de 40% nas prestações da dívida por dois anos.

Temer ainda pediu o cancelamento da urgência de outros dois projetos. O primeiro dispõe sobre a criação de fundos de precatórios nos bancos federais para otimizar a gestão do pagamento desses débitos decorrentes de causas perdidas pela Fazenda Nacional. O outro prevê alterações na legislação sobre registro de empresas e procedimentos de Juntas Comerciais, para desburocratizar atividades relacionadas aos agentes auxiliares do comércio - armazéns gerais, leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais.

O governador Paulo Câmara (PSB) participa, nesta terça-feira (15), de uma reunião entre o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e os governadores de todo o país em Brasília, às 17h. No encontro, o auxiliar da presidente Dilma Rousseff (PT) vai apresentar a proposta final do projeto de socorro aos Estados. 

O texto deve alterar Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e permitir o alongamento da dívida dos Estados com a União por mais 20 anos. O plano de socorro também concederá um desconto temporário de 40% do valor das prestações mensais para os Estados que aderirem ao programa.

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Além da pauta já prevista, Paulo Câmara também deve questionar o ministro sobre as operações de crédito nacionais e internacionais que estão retidas pela gestão federal. Na última reunião do pernambucano com o ministro, não foi definido "nenhum ponto importante" sobre os limites para as novas operações de crédito e a renegociação das dívidas dos Estados com a União. 

"Infelizmente, o Governo Federal mantém uma indefinição que não é benéfica para o País. O tempo está passando e todos sabem que as operações de crédito, por exemplo, exigem tempo e negociações complexas com as instituições financeiras”, reclamou Paulo Câmara na ocasião. 

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