Em 2015, o Náutico detinha o maior número de modalidades olímpicas de Pernambuco, com 40 ao todo. Porém, em 2016, sob nova gestão, o número foi reduzido quase que pela metade. Entre as explicações da diretoria o prejuízo financeiro e a falta de espaço são fatores que justificam a saída das modalidades do clube, porém para os gestores desses esportes fica a frustração pelo projeto interrompido.
Com diversas modalidades praticadas em sua sede, o timbu cortou no primeiro semestre desse ano alguns dos esportes e escolinhas que oferecia para os sócios e não-sócios do clube. Tênis de mesa, MMA, Jiu-Jitsu e Hóquei foram algumas das modalidades extintas.
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Assumindo neste ano a diretoria de esportes amadores do Náutico - após a gestão de Bira Tavares, que atingiu o recorde de modalidades olímpicas e escolinhas - Sérgio Lopes confirma que alguns esportes precisaram ser interrompidos, mas que isso não foi feito sem uma análise de retorno antes. “Não foi uma grande queda nas modalidades como vem sendo dito. Temos, hoje, pouco mais de 21 em funcionamento. Claro que tivemos que reduzir alguns após fazermos um estudo e vermos que não estava dando retorno para o clube ou até por problemas de espaço físico”, comentou o dirigente ao Portal LeiaJá, garantindo que alguns esportes tradicionais como futsal, natação, futebol 7, máster e feminino seguem em atividade nos Aflitos.
Porém, para os gestores das escolinhas e esportes oferecidos no clube, o fechamento de algumas modalidades foi consequência de um certo descaso da atual diretoria. Paulo Roberto, antigo professor de tênis de mesa no clube durante todo o ano de 2015, revela ter pedido para sair após ficar sem espaço para treinar por cerca de três meses, mesmo com atletas com competições para disputar. “O motivo que nos deram era que não tinha local para prática, ficávamos ali na frente de onde hoje é o museu virtual. A solução que nos deram era a de ir para o primeiro andar, mas teria que ser feita uma escada. Isso foi solicitado, porém se passaram 30, 60, 90 dias e nada foi feito, então pedi para sair. Faço um trabalho sério e não poderia passar todo esse tempo parado com atletas com competições para disputar. Inclusive tínhamos um atleta para disputar o brasileiro e que teve que treinar de favor em outro clube”, destacou, relatando que a modalidade contava com 18 atletas profissionais no clube e 10 alunos na escolinha.
Para Lopes, o tênis de mesa não poderia continuar sendo praticado no espaço que estava ocupando, por isso a decisão de fechá-lo. Ainda de acordo com ele, outras decisões por encerramento de esportes olímpicos e amadores partiu dos próprios gestores que reconheceram a falta de retorno ao clube. “O tênis de mesa foi encerrado por questão de espaço físico. Na minha opinião era o maior erro do clube porque ele funcionava ali na frente da sede onde agora fica o Memorial. Então por esses problemas decidimos não prosseguir. O MMA também foi outra modalidade que não continuou. Conversamos com alguns gestores e eles próprios reconheceram que no momento não era viável se manter. Mas, mantemos contato com todos para que num futuro possam retornar”, prometeu.
A informação, porém é negada pelo antigo professor de Muay Thay, MMA, Boxe e Jiu-Jitsu, Jefferson Marinho. Ele garante que desde a sua saída não manteve mais contato com dirigentes do clube. “Desde que fecharam a modalidade, ninguém mais entrou em contato comigo. Até fiquei de retornar lá para pegar alguns materiais meus que estão por lá, mas nada de volta foi comentado”, afirmou, destacando o desapontamento com a decisão da diretoria. “Até entendo a parte da diretoria porque tivemos uma queda de alunos neste ano, porém ficamos frustrados pela interrupção de um projeto que vinha sendo bem aceito. Entre as novas modalidades que tinham entrado no clube, o MMA era o que tinha o maior número de adeptos. Ano passado contávamos com 40, nesse ano houve uma queda, mas ainda trabalhávamos com 15 alunos e sabíamos da dificuldade de implementar um novo esporte num clube que é tradicionalmente voltado para o futebol”, complementou.
Os esportes que eram oferecidos no Náutico tinham boa parte dos custos bancados pelos próprios gestores que pagavam para manter os projetos no clube e até custeavam os próprios materiais. “Tínhamos um acordo com a antiga gestão de que todo valor arrecadado seria divido metade para diretoria e metade para nós. O Náutico não gastava um centavo com o tênis de mesa. O valor que arrecadávamos era suficiente para bancar nossa manutenção. E em alguns caso eu mesmo cheguei a bancar nossa inscrições para competições onde íamos representando o Náutico”, revelou Paulo Roberto, que também negou manter contato com a atual gestão para um retorno.
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