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A noite desse sábado (13), em Gravatá, Agreste pernambucano, foi abrilhantada com o segundo dia de festividades juninas. O forró animou o público presente com muito pé de serra e sucessos contemplados pela nova geração do ritmo. 

A primeira atração a subir no palco foi Waldir Lyra que, ao som da sanfona, promoveu o arrastapé. Em seguida, as músicas que fazem sucesso com os jovens formaram o repertório da banda Forró da Fuleragem. Já a banda Pikap Turbinada encerrou as festividades do dia. 

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O evento segue neste domingo (14) com programação no Mercado Cultural – a partir das 13h – e no Pátio de Eventos Chucre Mussa Zarzar a partir das 20h.

Confira a programação completa:

Dia 14 de junho

Andrea Santos

Don Tronxo

Ricardo Allegria

Forró da Serra

Dia 19 de junho

Forró Bom Clima

Tributo a Camarão

Galã

Dia 20 de junho

Galeguinho de Gravatá

Valdinho Paes

Brucelose

Dia 21 de junho

Tributo a Dominguinhos

Felipe e Gabriel

Jorge de Altinho

Dia 23 de junho

Cesar Menotti e Fabiano

Cavalo Selvagem

Nação Forrozeira

Dia 24 de junho

Tributo a Marinez

Santa Dose

Forró Pegado

Polo Mercado Cultural

Dia 14 de junho

13h – Ivanildo Vilanova e Zé Galdino

15h – Catimbó do Forró

Dia 20 de junho

13h – Trio Mistura Brasileira

15h – Forró Aprumado

16h - Sevy Nascimento

Dia 21 de junho

9h – Luar da Terra

13h – Léo do Acordeom

15h – Trio Amigos da Serra

Dia 23 de junho

12h – Trio Raízes da Terra

14h – Trio Xodó

16h – Moura Rossi

Dia 24 de junho

13h– Trio Xique Xote

15h – Trio Forró legal

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No último sábado (15), o Festival Internacional de Teatro de Objetos (FITO), conferiu ao Marco Zero uma atmosfera rítmica. Desta vez, os objetos utilizados em cena não se transformaram em personagens, mas sim em instrumentos musicais.  O clima veio do show do compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal, principal atração musical do segundo dia do evento. 

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Conhecido por descobrir e retirar som de qualquer objeto, o compositor alagoano que morou no Recife nos anos 1950,  fez um show em completa sintonia com a proposta do Festival e principalmente com o público. Na primeira parte da apresentação, Hermeto mostrou a cumplicidade que estabelece com todos a sua volta, a começar pela sua banda. Durante os arranjos, o alagoano gesticulava como se estivesse regendo uma orquestra e se comunicava corporalmente com os músicos, reagindo a cada variedade rítmica. Hermeto dançou, pulou, soltou beijos para a plateia e demonstrou sentir-se em casa, deixando o público, também, à vontade. 

Os objetos só entraram em cena na segunda parte do show. Hermeto trouxe um número especial em que os músicos retiram som de garrafas enquanto ele os acompanha no teclado. "Esse número é pra mostrar que não brincamos em serviço. Claro que utilizamos as garrafas cheias de propósito, para bebermos depois", brinca. Panelas e objetos de cozinha também serviram de suporte para sons improvisados, fazendo do momento a cara do Festival.

Dono de uma simpatia sem tamanho, o alagoano exigiu a participação do público várias vezes durante a apresentação, com quem dividiu expressões vocais improvisadas. O compositor ainda se referiu aos presentes como parte fundamental de suas apresentações: "Para nós, músicos, é muito importante a percepção de vocês, isso nos ensina. É uma percepção que vem dos céus. Obrigado, vocês são maravilhosos", comentou em uma das vezes. Hermeto relembrou, com carinho, sua trajetória no Recife, onde ainda adolescente já tocava a sanfona de 8 baixos, primeiro instrumento que resolveu experimentar. Ao falar de suas raízes na capital pernambucana, o alagoano referiu-se à época como "uma história que o fez evoluir".

Em outro momento, sons retirados de sapato e copos, ambos de madeira, contribuiram para a identidade do show. A mulher do compositor, Aline Morena, que também canta na banda, chamou atenção ao produzir um som concentrado a partir de tapas nas coxas. Em seguida, a cantora pegou duas cascas de coco e batendo uma na outra, completou o improviso ao mesmo tempo que cantava e dançava. Como se já não bastasse a farra no palco, Hermeto pediu que suspendessem as palmas ao final do show e, junto com sua banda, aplaudiu o público em forma de agradecimento num dos momentos mais inspirados da noite. O músico parabenizou a idealização do evento e fez questão de frisar a sintonia com a essência do festival, dizendo que "música boa também é teatro".

A noite teve seu desfecho com Vassourinhas, momento em que Hermeto utilizou uma chaleira como instrumento de sopro - objeto que já costuma explorar musicalmente em seus shows - sendo acompanhado pela banda que se revezava entre os instrumentos e bichinhos de borracha que emitiam sons infantis . Em seguida, o compositor desceu do palco e seguiu com sua banda no meio do público, em clima de cortejo. 

O convite para tocar no FITO não poderia ser mais apropriado para o artista auto-didata, que, com sua percepção aguçada, já explorava sons oriundos da natureza desde pequeno, como o pífano improvisado a partir de um cano de mamona de gerimun. Hermeto faz do palco um verdadeiro laboratório musical, onde sai experimentando e improvisando sons de origens diversas, recebendo, por isso, uma enorme respaldo do público."Acompanho o trabalho de Hermeto desde o Quarteto Novo. É perceptível a revolução em termos arranjos que ele provoca quando sobe no palco. Me arrepiei todinho na parte das garrafas", declarou o ilustrador e designer Raul Souza, 23 anos.

TEATRO DE OBJETOS -  Bonecos decorativos para bolos de casamento é a matéria-prima utilizada pela companhia belga Gare Centrale no espetáculo Perturbações, apresentado na segunda noite do FITO na sala 01, montada no Marco Zero. Encenada pela artista e diretora da companhia, Agnès Limbós, e pelo músico e ator Gregory Houben, Perturbações conta a história de um casamento que começa por amor e se desgasta com o tempo. O público pôde conferir a rotina do casal durante a lua de mel em Nova York em momentos de tédio e tensões. Para isso, os atores manipulam casais de bonecos e narram a história como se também estivessem interpretando, inclusive se vestindo à caráter de acordo com a situação encenada.

Apesar do atraso de mais de meia hora, o espetáculo conquistou  o público em geral, arrancando riso fácil da plateia logo de cara. A criatividade chama atenção do espectador, que se identificou com as situações cômicas, muitas vezes incrementadas com sons de instrumentos e canções entoadas pelos próprios atores que também improvisavam ruídos e sons de animais como cachorro e besouro. Durante o espetáculo, vários objetos entram em cena, como móveis de bonecos, corneta, teclado, carros de brinquedo, entre outros.

Entretanto, Perturbações peca ao prever que o público em geral tenha conhecimento da língua inglesa, utilizada na maior parte do espetáculo pelos atores, com apenas alguns pequenos trechos em português. O recurso é capaz de confundir o espectador e provocar desinteresse."Se eles falassem só uma língua seria melhor para a plateia entender, acabou ficando sem graça por causa disso. O espetáculo é bastante criativo, principalmente pelo uso dos bonecos, mas a partir do momento que começam a falar só a língua deles, pra que nós vamos querer assistir?", questionou Késia de Alcântara, 23 anos. Talvez por isto, algumas pessoas deixaram a sala antes mesmo da apresentação acabar.

 

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