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O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, se reuniu com a fisioterapeuta Cláudia Boudoux, mãe de Carlinhos, de 9 anos, levado à Argentina pelo pai em dezembro de 2015, na manhã desta quarta-feira (21). No encontro, Cláudia recebeu um formulário de seis páginas da cooperação jurídica internacional, no qual deverá detalhar tudo que aconteceu desde que seu filho saiu do país com o empresário Carlos Attias, pai da criança. O documento será entregue ao Ministério da Justiça do Brasil, em Brasília, que posteriormente deverá encaminhá-lo ao Ministério da Justiça da Argentina.

De acordo com o secretário Pedro Eurico, com os documentos devidamente entregue à Justiça argentina, a negociação será estabelecida entre os dois países. "Eu entendo que judicialmente a situação é confortável do ponto de vista de Cláudia ter o retorno do filho. Já tivemos duas medidas favoráveis à mãe da criança. Além de subtrair a criança, o pai também desrespeitou uma denominação judicial brasileira", argumentou. O caso da repatriação de Carlinhos segue na jurisprudência da Convenção de Haia e na Convenção Internacional de Direitos Humanos. 

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A estimativa do Governo de Pernambuco é de que, com no máximo 30 dias, o pequeno Carlinhos retorne ao Brasil. "Esperamos que tudo se resolva em até um mês, mas sabemos que o processo demanda trâmites burocráticos que são complicados. Agora devemos esperar a interpretação do poder judiciário da Argentina com o documento que conta o outro lado da história", afirmou Pedro Eurico. O secretário também confirmou que o Estado dará ajuda financeira à mãe da criança enquanto ela estiver fora do Brasil para resolver os trâmites judiciais.

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Para Cláudia Boudoux, que retornou da Argentina na madrugada desta quarta-feira (21) sem conseguir ver o filho, o panorâma é de esperança. "Esse documento é o pontapé inicial que a gente precisa pra juntar todos os doccumentos e ter sucesso junto à justiça argentina. Agora é questão de tempo até que eu possa ver meu filho", falou emocionada. Durante os dias em que esteve em solo argentino, a mãe de Carlinhos conta que foi orientada a não entrar com um pedido de guarda compartilhada para que pudesse ver o filho. 

"Eu fui instruída por advogados, pelo presidente da OAB de Pernambuco e pelo consulado do Brasil na Argentina a não entrar com o pedido de guarda compartilhada para apenas ver o meu filho. Eles disseram que a melhor forma de fazer isso é dessa forma que estou fazendo", lamentou. Apesar da difícil decisão de não poder nem falar com o filho, Cláudia enxerga que a medida foi cautelosa

A mãe de Carlinhos, há nove meses sem ver o filho, desde dezembro de 2015, se separou do marido, o empresário Carlos Attias, em 2011, com quem foi casada por 12 anos. Ela conta que era constatemente agredida por Carlos e que isso pode ser o grande motivo dele ter levado Carlinhos. Em vídeos recentemente divulgados pelo pai da criança, Carlinhos aparece sorrindo e mandando mensagens de 'saudade' para a irmã mais nova. Para a fisioterapeuta, o pequeno de nove anos é vítima da alienação parental. 

Entenda

Desaparecido desde dezembro de 2015, Carlinhos foi encontrado na última quarta-feira (14), em Buenos Aires. Ele estava com o pai, o empresário argentino Carlos Attias, que foi preso. Após a Justiça de Pernambuco decretar a prisão preventiva do empresário, ele foi incluído na lista da Interpol e passou a ser procurado em 192 países do mundo.

O caso do desaparecimento de Carlinhos ficou conhecido após a mãe da criança denunciar a situação à Polícia Federal em fevereiro deste ano. Um dia antes, Cláudia já havia procurado o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil.

Na noite desta sexta-feira (16), quando a mãe de Carlinhos estava a caminho de Buenos Aires, na Argentina, ela recebeu a notícia da Polícia Federal de que o ex-marido, o empresário Carlos Attias, havia sido solto e a criança teria sido devolvida ao pai.

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Sem ainda confirmar mortes e número de feridos, o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, afirmou que já foi controlada a rebelião ocorrida nesse sábado (23) no Presídio Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste do Estado. Apesar de não detalhar a existência de óbitos, várias fotos e vídeos que descrevem um cenário extremamente violento estão circulando nas redes sociais, como se remetessem ao caso de Caruaru.

Em entrevista à Rádio Jornal na manhã deste domingo (24), Pedro Eurico disse que foi ao presídio e conversou com alguns detentos. O secretário colheu a informação de que há na unidade prisional um violento conflito entre facções e uma delas possui um comando extremamente “perverso”. 

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“Existiam grupos dentro do presídio que se enfrentaram. Um grupo participava mais diretamente disso sob o comando de uma liderança absolutamente perversa, que ameaçava e extorquia os outros presos. A situação é difícil porque existe um clima de violência dentro do presídio”, confessou o secretário.

De acordo com Pedro Eurico, as autoridades continuam atuando na manhã deste domingo para botar ordem no presídio. Mesmo diante da rebelião, o secretário frisou o discurso de que as unidades prisionais do Estado são comandadas pelo Governo e não por criminosos. “Se aconteceu algum óbito, vai ser aberto um inquérito para punir o culpado. O comando é do Governo e não de comandos paralelos dentro da cadeia”, enfatizou, descartando, por enquanto, transferências de presos para outras unidades prisionais.

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