Ganhador do prêmio Nobel da Paz, em 2014, por dedicar sua vida à luta contra o trabalho infantil e em prol da libertação de mais de 80 mil jovens de regimes de servidão, o indiano Kailash Satyarthi escreveu uma carta enviada à Campanha Nacional pelo Direito à Educação, em apoio aos ativistas dos direitos humanos no Brasil. No texto, entre outros pontos, o ativista fala sobre a importância de se cumprir “integralmente” os tratados internacionais.
No texto, Satyarthi cita a Declaração de Direitos Humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Convenção sobre os Direitos da Crianças, as convenções da Organização Internacional do Trabalho e o Plano Nacional de Educação como normas a serem respeitadas.
##RECOMENDA##“Escrevo em solidariedade ao desafio frente ao novo governo recentemente eleito no Brasil. Me junto a vocês para pedir ao novo presidente, Jair Bolsonaro, que cumpra integralmente os tratados internacionais e a legislação nacional pelos direitos da criança e do adolescente", destacou o indiano.
Satyarthi ainda ressaltou que só respeitando as normas será garantido “um país onde crianças e adolescentes são livres, seguros e com direito à educação”. De acordo com o coordenador da ONG que recebeu a carta, Daniel Cara, o texto é um alerta contra projetos como o Escola sem Partido.
Na semana retrasada, sobre o mesmo assunto, o senador pernambucano Cristovam Buarque (PPS) chegou a dizer que Bolsonaro seria um bom “AntiNobel da Paz”. A frase foi dita quando Cristovam acusava o presidente eleito de cometer “um crime contra a humanidade” por ter conseguido excluir Cuba do programa Mais Médicos.
“Se houvesse um Prêmio AntiNobel da Paz, por crime contra a humanidade, Bolsonaro seria um bom candidato por ter conseguido desfazer o atendimento médico a milhōes de pobres brasileiros, para satisfazer seu preconceito ideológico”, disparou.