O presidente do Partido Novo, João Amoedo, desembarcou no Recife, nesta terça (7), para apresentar aos recifenses as propostas da sigla em um evento que acontece, na noite de hoje, na AmCham Business Center Empresarial JOPIN, no Pina. Em entrevista exclusiva concedida ao LeiaJa.com, ele falou sobre a fundação do Novo, em 2011. No entanto, apenas em 2015 se constituiu como o 303º partido brasileiro.
Amoedo, que é empresário do mercado financeiro e engenheiro, destacou que o Partido Novo é o único, pelo que já ouviu falar, que abre processo seletivo para a escolha de candidatos que pretendem ingressar na política. “Os outros [partidos] procuram o puxador de votos, os famosos, as pessoas conhecidas na cidade. É um processo que tem muito de conhecimento interno das pessoas do partido. Dentro do Novo os candidatos não precisam conhecer ninguém. É um processo de oportunidade para todos”.
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A estreia do partido, na disputa eleitoral de 2016, aconteceu em 5 capitais com candidatos lançados. Em 4, foram eleitos vereadores. “Foi uma estreia interessante, mas há muita coisa há fazer. O partido é só uma ferramenta”, ressaltou.
No Recife, as inscrições para ingresso visando o pleito de 2018 acontecem a partir do próximo dia 6 de março, através do site novo.org.br. O primeiro passo é um cadastro e o envio de um vídeo, com duração aproximada de dois minutos, ressaltando ideias para mudar a política brasileira. Após essa primeira etapa, há entrevistas e uma série de atividades.
Apesar do ceticismo de uma grande maioria da população, o presidente garante que o nome do partido faz jus à causa proposta ao buscarem um novo rumo para o cenário político. “Eu nunca havia me envolvido com política, mas, tudo nasceu de uma sensação de indignação com a quantidade de impostos que nós pagamos e a qualidade de serviços públicos. Também precisamos levar algumas práticas da iniciativa privada para a gestão pública como a meritocracia, estabelecimento de metas e mais transparência”.
Além do processo seletivo, o Novo diz ter como diferencial a não utilização de verba pública. O dinheiro recebido por meio do fundo partidário, segundo o presidente, está aplicado e será analisado uma maneira de devolvê-lo para o governo. “Acreditamos que os partidos políticos deveriam ser suportados com recursos dos seus filiados e apoiadores e não com recursos públicos. Seria uma forma de você sanear, reduzir o número de partidos e trazer representatividade para a população. Acabar a verba pública mudaria essa dinâmica”, disse Amoedo.
O Novo também proíbe que um filiado concorra a mais de uma reeleição, ou seja, um candidato eleito só pode ser reeleger apenas uma única vez com a finalidade de deixar espaço para que outras pessoas entrem possibilitando o revezamento.
Outra iniciativa é que um membro do diretório do partido não pode concorrer a um cargo eletivo. Para que isso possa ocorrer, ele precisa deixar seu cargo com um ano de antecedência. “Quem está no diretório deve fiscalizar e dar suporte ao candidato. É uma segregação de tarefas”, explica Amoedo.
O presidente afirma que não existem atalhos e que, apesar da indignação das pessoas com a política, é apenas através dela que podemos mudar o rumo do país. “O Brasil tem uma carga tributária muito grande com o poder muito concentrado no estado, que é muito intervencionista, paternalista. Tem um modelo corrupto, ineficiente e burocrático. As pessoas não se envolvem na política porque é muito mal visto, consequentemente, tem pouca renovação, mas, se as pessoas não se envolverem as coisas não mudam. O novo acredita muito nisso. Acreditamos que não existem atalhos. Temos que ser coerentes”.
João Amoedo também destacou que não há “salvadores da pátria”, mas que ideias podem ser colocadas em práticas a longo prazo revertendo o quadro de crise atual. “É preciso devolver poder para o cidadão. O estado se mete muito, não deveria estar em várias áreas, deveria estar estrito as áreas essenciais. Essa concentração de poder no estado, toda carga tributária, essa burocracia, essa dificuldade para arrumar emprego são regras que o estado tem criado prejudicado a qualidade de vida das pessoas. O que está claro é que esse modelo não funciona. A segunda constatação é que se as pessoas não participam da política, se não escolhem bem os representantes, quem paga essa conta é a gente depois porque acabamos colocando pessoas despreparadas ou que tem agenda própria”, cravou.