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Uma crise de saúde na proporção desta que o mundo vem enfrentando não poderia passar sem deixar marcas também na arte. Muitos artistas estão transformando seus sentimentos e impressões acerca da pandemia do novo coronavírus em tela, cinema e som. O músico recifense Eduardo Sodré criou até uma banda, a Covid-19, que de tão inspirada no momento leva até o nome da doença em seu RG. 

Eduardo produz música desde 2009 e é envolvido com vários projetos. Ele faz parte de outras bandas como a Synthsatan, Den Svarta Häxan e o Autoquíria, esta última com álbum a ser lançado neste mês de junho. Conhecido no meio artístico como Érdos, ele também é responsável pelo selo Póstumo Sölstício Records, criado para dar vazão aos lançamentos de suas bandas.  

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Com a chegada da pandemia em terras pernambucanas, o músico se viu às voltas com os sentimentos de apreensão e medo do que estaria por vir.  A melhor maneira de lidar com eles, foi através de sua música e assim nasceu a Covid-19. “Eu fiquei apavorado por conta do que começou a ocorrer na Itália, dia após dia tinha vídeos e relatos da pandemia se espalhando, e eu comecei a ficar com muito medo de ir trabalhar até de fato ter que ficar em casa. Junto a isso minha descrença na política brasileira em fazer um bom trabalho, e as reações das pessoas fazendo ‘panic buy’ comprando tudo no mercado como se fosse acontecer um apocalipse eu pensei: ‘vai todo mundo morrer’. Então a ideia veio daí, uma nova banda pra eu por um pouco dessa ansiedade e também ser um hobbie ali nos primeiros dias em casa”, disse em entrevista ao LeiaJá.

Assim como outros de seus projetos, a Covid-19 é uma “one man band”. Eduardo ficou responsável por praticamente toda a produção e execução de instrumentos nas músicas do primeiro EP da banda, o When the Traditional Margarine Commercial Family Dies, ou em português Quando a Família Tradicional dos Comerciais de Margarina Morre. “A princípio nesse primeiro EP eu convidei dois amigos de outras cidades pra participar com vocal, e com as suas letras expressarem seu ponto de vista a respeito da pandemia”. De resto, o trabalho foi feito respeitando o isolamento social e, por que não dizer, respeitando também o próprio modus-operandi do músico: "Isso (trabalhar sozinho) é bom por conta da liberdade artística e da flexibilidade de horários, inclusive todas a parte visual das bandas eu mesmo faço, gosto bastante de ter essa autonomia”.

A Covid-19 tem um som pesado, puxada para o grindcore, mas também traz samplers descontraídos como um no qual surgem as vozes de Seu Madruga e Chiquinha, personagens do seriado Chaves. As cinco músicas do primeiro EP da banda falam sobre o caos instaurado pela pandemia além de trazerem uma forte crítica ao atual governo brasileiro. Segundo Eduardo, ele pretende dar continuidade ao projeto mesmo após o fim da crise de saúde. “Eu não me vejo vivendo sem produzir música, então muito que provavelmente eu vou continuar com essa banda por alguns anos mas os temas abordados farão referência ao cenário em que forem lançados”. 

Confira o som da Covid-19

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A noite do último sábado (20) foi para bater cabeça com o Abril Pro Rock ao som de muito punk rock, hardcore e metal. O segundo dia do festival, tradicionalmente dedicado ao rock pesado, contou com shows nacionais e internacionais. Entre as atrações, se apresentaram as bandas Dead Kennedys, dos Estados Unidos; Sodom, da Alemanha; e as brasileiras Devotos, Krisiun, Kataphero e Kriver.

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O Abril Pro Rock, um dos festivais de música mais importantes do Brasil, aconteceu no Chevrolet Hall, em Olinda. Confira mais detalhes sobre a noite dos camisas pretas na reportagem da TV LeiaJá.

 

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