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O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, de 76 anos, confirmou nesta quarta-feira que não concorrerá a mais um mandato como premiê nas eleições parlamentares de abril de 2013. O magnata afirmou em comunicado sua decisão.

"Eu não me candidatarei em 2013", disse Berlusconi, que governou a Itália em 1994, entre 2001 e 2006 e depois entre 2008 e 2011. Pesquisas recentes mostram que o apoio ao conservador partido Povo da Liberdade (PDL, na sigla em italiano) do magnata está ao redor de 20% do eleitorado, bem abaixo dos 37% de 2008, quando Berlusconi venceu sua última eleição. Entre os partidos menores que apoiavam o PDL, cresce o pedido para que o atual primeiro-ministro, o tecnocrata Mario Monti, se candidate em 2013.

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Nos últimos meses, assessores de Berlusconi disseram que o magnata, que renunciou no final do ano passado em meio à recessão e a uma série de escândalos sexuais e de corrupção, poderia concorrer novamente. Berlusconi alimentou essa expectativa, ao adotar uma retórica contra o euro e contra Mario Monti.

Nesta quarta-feira, Berlusconi disse que pretende continuar na política, embora não no centro das atenções. "Eu ainda tenho energia e um pouco de cérebro, mas o que se espera de mim é que dê conselhos" ao PDL, disse.

Nos últimos meses, o PDL foi atingido por uma série de escândalos de corrupção. Na região do Lácio, a governadora, que era do PDL, renunciou, após ser divulgado que ela e assessores usaram dinheiro público para gastos pessoais, como a compra de automóveis. Na região da Lombardia, no norte, o governador Roberto Formigoni enfrenta uma pressão crescente para renunciar, após ser revelado que um secretário do governo comprou votos da máfia calabresa, a 'Ndrangheta, para ser eleito em 2010. O secretário acusado, que também era conselheiro, está preso em Milão. Formigoni nega ter tido qualquer conhecimento sobre o episódio. Pelos menos 14 dos 70 conselheiros da Lombardia são investigados.

As informações são da Dow Jones.

O comissário de Habitação e político italiano Domenico Zambetti, da região da Lombardia, foi preso nesta quarta-feira acusado de pagar 200 mil euros nas eleições regionais de 2010 para a máfia calabresa em troca de votos. A prisão de Zambetti mostrou como a máfia calabresa, a 'Ndrangheta, que tem sua sede na empobrecida Calábria (sul), estendeu seus tentáculos para o rico norte do país e formou uma forte base em Milão, capital industrial e financeira do país.

Uma explosão de escândalos de corrupção, nas últimas semanas, atingiu políticos italianos em vários governos e níveis, em várias regiões do país, inclusive no mais desenvolvido norte, levando a projeções de que os italianos simplesmente ficarão em casa ao invés de votarem nas próximas eleições gerais de 2013, tamanho é o descrédito dos políticos.

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O capitão da polícia paramilitar italiana, Paolo Saliani, disse que Zambetti foi acusado de corrupção, associação mafiosa e compra de votos nas eleições regionais lombardas de 2010. Em troca da entrega dos votos, além dos € 200 mil, a 'Ndrangheta também esperava favores futuros do político na administração regional. Ao pagar o dinheiro, Zambetti comprou o equivalente a quatro mil votos (€ 50 por voto) na região lombarda. O governador da região da Lombardia, Roberto Formigoni, disse que as acusações são "gravíssimas". Segundo ele, Zambetti já foi afastado do cargo.

O prefeito de Milão, Giuliano Pisapia, pediu a demissão do governador Formigoni. "Depois desse fato, não é mais possível continuar assim", disse Pisapia. Formigoni, um ex-democrata-cristão que se aliou ao ex-primeiro-ministro e magnata Silvio Berlusconi, governa a Lombardia desde 1995, tendo vencido três reeleições para governador.

Matérias dos jornais regionais da Lombardia afirmam que Zambetti é o quinto político e funcionário público preso e investigado nos últimos meses.

Na terça-feira, o governo central de Roma destituiu o prefeito e todos os 20 vereadores de Reggio Calábria, capital da província de mesmo nome, após um vereador ter sido preso acusado de associação à 'Ndrangheta. Reggio Calábria, com 180 mil habitantes e terceira maior cidade do sul da Itália após Nápoles e Bari, ficará sob intervenção durante 18 meses.

Mas os escândalos não se confinam a Reggio Calábria e a Milão, metrópole com 1,5 milhão de habitantes. No mês passado, a governadora da região do Lácio, Renata Polverini, líder regional do partido Povo da Liberdade (PDL, na sigla em italiano), de Berlusconi, foi forçada a renunciar após políticos serem acusados de usar dinheiro público para pagar festas privadas. Berlusconi, de 76 anos, descartou disputar o cargo de primeiro-ministro nas próximas eleições.

As informações são da Associated Press e da Ansa.

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