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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Representante Comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, foi "um pouco duro" na reunião realizada na segunda-feira (18), na qual questões comerciais foram tratadas.

"Eu até brinquei falando que ele pensou que eu sou chinês", destacou. "Ele está analisando país a país para reduzir o superávit comercial que possuem com os EUA. Só que, no caso do Brasil, o País tem um déficit comercial com os Estados Unidos", completou.

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De acordo com Guedes, Lighthizer destacou que o Brasil precisaria entender que, para ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), "nós queremos definir claramente o espaço dos países", porque "se é uma economia madura, uma das maiores, então tem que sair do grupo favorecido da OMC".

Segundo o ministro, esse foi a solicitação de Lighthizer. "Eu fiz o meu pedido: quero entrar na primeira divisão. Ele falou: então me ajuda a limpar a segunda divisão."

Ao ser questionado se aceita o pedido de Lighthizer, Guedes destacou: "Não vou dizer em que lado vou bater o pênalti."

O ministro apontou que acha que o presidente Jair Bolsonaro levará ao presidente dos EUA, Donald Trump, em encontro na Casa Branca nesta terça-feira o pleito do Brasil de ingressar na OCDE.

O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, disse que o país ainda pode aplicar tarifas sobre importações da China, apenas algumas horas depois de o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, ter dito em uma entrevista na televisão que o país está colocando as tarifas em suspenso.

Conforme as negociações prossigam, os EUA ainda podem recorrer a tarifas, bem como outras ferramentas, como restrições a investimentos e regulamentações de exportação, a menos que a China faça "mudanças estruturais reais" em sua economia, disse Lighthizer, em um comunicado. Segundo o representante comercial dos EUA, o país "pode usar todas as suas ferramentas legais" nas negociações com o país asiático.

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Mnuchin havia dito neste domingo que os dois lados estão trabalhando em um acordo que "substancialmente" reduziria o déficit comercial dos EUA com a China, incluindo aumentos expressivos nas compras chinesas de produtos agrícolas e de energia dos EUA. Esses comentários relativamente otimistas vieram após dois dias de intensas negociações comerciais com representantes do governo chinês na semana passada.

A declaração de Lighthizer mostrou certo grau de ceticismo entre pelo menos alguns participantes do governo Trump sobre quanto progresso está sendo feito nas negociações. A China prometeu tomar medidas para melhorar os desequilíbrios comerciais no passado, mas muitas vezes enfrentou críticas de que não cumpriu essas promessas.

"Fazer a China abrir seu mercado para mais exportações dos EUA é significativo, mas as questões muito mais importantes giram em torno de transferências forçadas de tecnologia, roubo cibernético e proteção de nossa inovação", disse Lighthizer. Fonte: Dow Jones Newswires.

Escolhido por Donald Trump para ocupar o cargo de representante comercial americano, o advogado Robert Lighthizer defendeu nos anos 80 os interesses da indústria brasileira de açúcar e álcool nos EUA. Como a legislação proíbe que a função seja ocupada por alguém que tenha atuado como lobista de governos estrangeiros, ele precisará de um "perdão" do Congresso para tomar posse.

Além do Brasil, Lighthizer também defendeu a China em uma disputa comercial com os EUA. Apesar disso, é um crítico de Pequim e acredita que as atuais regras da Organização Mundial do Comércio são insuficientes para prevenir ou punir práticas comerciais do país asiático que considera desleais.

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"Em um nível puramente intelectual, como a permissão para que a China manipule constantemente o comércio a seu favor promove o objetivo conservador de fazer com que os mercados sejam mais eficientes?", escreveu em artigo publicado em 2010 sob o título "Donald Trump não é um liberal em comércio".

Cana

Considerado um protecionista, Lighthizer foi contratado em 1985 para representar o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool em uma disputa comercial com os EUA. Na época, produtores americanos de etanol à base de milho pediram a abertura de investigação da prática de dumping pelo Brasil e de eventuais concessões de subsídios à produção de etanol de cana-de-açúcar pelo governo brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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