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Mesmo com o deputado afastado Paulo Maluf (PP-SP) fora da disputa eleitoral deste ano, os eleitores de São Paulo encontrarão o seu famoso número na urna eletrônica. O 1111 foi registrado pelo deputado federal Ricardo Izar (PP-SP), candidato à reeleição.

De acordo com ele, a intenção do PP é tentar melhorar a imagem da sigla entre os paulistas. "Escolhemos manter o número do Maluf na eleição porque ele (o número) tem uma imagem negativa e nós queremos mudar isso. Também queremos dar uma cara nova para o partido no Estado", disse Izar à reportagem.

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De acordo com ele, a decisão foi tomada em uma reunião com os deputados Guilherme Mussi e Arnaldo Faria de Sá, ambos também do PP de São Paulo. Os parlamentares escolheram justamente Izar para usar o famoso número por ele ter tido uma atuação considerada como muito boa pelos colegas quando foi presidente do Conselho de Ética da Câmara.

"O Maluf foi muito bom para a cidade de São Paulo, fez muitas coisas boas, mas vamos combinar que ele está com a imagem queimada", disse Izar. "Eu até ia usar o número 1112, que já foi do meu pai, mas decidimos que era bom fazer esse gesto", completou.

Em julho, Maluf afirmou ao jornal O Globo que, quem usasse o seu número na urna eletrônica estaria cometendo "estelionato eleitoral". O deputado chegou a dizer que iria registrar a sua candidatura para evitar que outro postulante do seu próprio partido usasse o 1111, mas ele não efetivou o registro.

"Se eu fosse o estelionatário, eu que deveria estar preso e não ele", disparou Izar, que disse não ter conversado com o colega sobre a decisão.

Maluf foi condenado em maio de 2017 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de lavagem de dinheiro a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão. Atualmente ele cumpre prisão domiciliar em São Paulo.

Nesta semana, Maluf terá seu destino como parlamentar definido. Ele poderá renunciar ao mandato de deputado federal ou a Mesa Diretora da Câmara deverá cassá-lo.

Na quarta-feira, 22, o colegiado se reunirá mais uma vez para analisar o caso. Na semana passada, o seu advogado Antônio de Almeida Castro levou à Mesa a possibilidade da renúncia e os deputados aceitaram o pedido de postergar a decisão por mais uma semana. O corregedor da Casa, Evandro Gussi (PV-SP), por outro lado, disse que, se Maluf não apresentar nenhuma decisão, a Mesa irá decidir pela cassação.

Em fevereiro, a Justiça determinou que a Câmara cassasse o mandato de Maluf por entender que, condenado e cumprindo a pena, ele não poderia comparecer às sessões ordinárias da Câmara. Na época, a Casa afastou o deputado e deu posse ao seu suplente, Junji Abe (PSD-SP).

Numa disputa acirrada, o deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP) foi eleito nesta terça-feira (2) presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, enfrentando a pressão contrária do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e de parte dos líderes dos partidos. Por um voto - o placar foi de 11 a 10 -, Izar venceu o deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO) na eleição secreta para o conselho. "Foi uma vitória apertada, mas mostra que o Conselho de Ética é independente. Aqui, não tem pressão de liderança, cada um vai votar com independência e com sua consciência", afirmou o deputado federal do PSD de São Paulo.

O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), reclamou e disse que a indicação para o cargo pertencia à legenda. "Existe um acordo que é o respeito às definições interpartidárias", disse. O PMDB ameaçou não aprovar, no plenário, o projeto que cria funções para o PSD, em represália à candidatura de Izar. Figueiredo não obteve a indicação do PDT para ocupar uma vaga entre as 21 de titulares do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Ele entrou em lugar cedido pelo PR.

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Izar contestou a existência de acordo que asseguraria a presidência para o PDT. "Acordo é quando é feito entre todos os partidos. Nenhum acordo foi descumprido." De acordo com ele, teria havido uma promessa de campanha de Alves. O entendimento foi entre o então candidato à presidência da Casa e o PDT", afirmou.

O deputado federal assumiu a cadeira com a proposta de acabar com a barreira que tem impedido o colegiado de abrir processo de cassação de deputados por falta de decoro. O obstáculo foi a inclusão de uma análise preliminar dos pedidos de anulação de mandato encaminhados ao conselho. Desde essa alteração, o órgão tem tido um papel praticamente decorativo, sem mais poder apurar as denúncias contra os deputados.

O pai do novo presidente do Conselho de Ética e Decoro, de mesmo nome, Ricardo Izar, que morreu em maio de 2008, vítima de falência múltipla dos órgãos, comandou o colegiado durante o processo de cassação dos deputados acusados de envolvimento no mensalão. O filho declarou não acreditar que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou três denunciados que exercem mandato parlamentar, volte para análise do Conselho de Ética.

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